Nilton Paixão
24.jul.2017 (segunda-feira) - 7h00
atualizado: 24.jul.2017 (segunda-feira) - 10h01
Pública – Central do Servidor é resposta à reorganização da sociedade moderna
A Pública não foi fundada agora. Faz 2 anos. Não foi fundada neste Governo, e sim no Governo anterior.
Expressiva maioria das entidades de servidores públicos não pertenciam à Central Sindical nenhuma. Motivo simples: diferentemente dos colegas trabalhadores do setor privado, cujo compromisso é unicamente com seus interesses, os servidores públicos têm também compromisso com sociedade e o Estado.
Na transição de uma sociedade patriarcal e operária para um caminho de sociedade de serviços que proporcione bem-estar social, o segmento dos servidores públicos triplicou de tamanho, alcançando 16 milhões de profissionais nesta área. É um contingente fundamental para o requisito primordial de uma sociedade cidadã: democracia que funcione com bons serviços públicos. É o rumo em curso.
O Estado está presente de formas diversas nos mais diferentes setores da economia, seja em serviços, produção, indústria, tecnologia, medicina etc. Os servidores públicos são a única categoria de trabalhadores que está presente em TODOS os municípios do país. Por isso, os países da Europa há muitos anos têm centrais sindicais específicas de servidores públicos, que atuam como interlocução com Governo, sociedade e imprensa, monitoram o interesse público de dentro da estrutura que a todos pertence.
Nenhuma Central Sindical existente representou até então o interesse e visão plena do servidor público. Agora existe a Pública – Central do Servidor, multipartidária, criada nos novos tempos de transparência, cujo estatuto IMPEDE que se atrele a partidos específicos e obriga alternância de poder. Está trabalhando não para negar o sindicalismo até então praticado, mas sim para acompanhar a mesma mudança de valores e boas práticas que a sociedade pede.
Para boa parte do serviço público a Pública –cujo slogan é “A Pública pelo público”– é uma noticia bem vinda e alvissareira. Assim já é reconhecida no Congresso e por parlamentares, pelos meios de comunicação, por entidades da sociedade civil e recentemente pelo Governo. Tudo isso com naturalidade, porque os tempos são outros.
Esperamos assim também sermos reconhecidos pelas demais Centrais Sindicais, na crença de termos muitas causas em comum, cada organização com sua identidade, somando para valorizar o progresso econômico e social através de uma relação digna e saudável entre capital e trabalho, sociedade e Estado. Não há divisões, apenas novas respostas de organização para os novos tempos.
Estamos aprendendo rapidamente – como servidores públicos – a lidar com muitas diferenças entre nós mesmos. Convidamos nossos amigos trabalhadores do setor privado a reconhecer nossas especificidades e que tenham tolerância com nossas honestas aspirações.
Portanto, notícia veiculada no Site Poder360 e site GGN, de que o surgimento “agora” de uma Central Sindical exclusiva de servidores públicos seria fruto de uma iniciativa conspiratória deste Governo, não corresponde aos fatos e à verdade. O progressivo fortalecimento, busca de autonomia e visão de mundo do movimento representativo dos servidores públicos não deve ser menosprezado. Veio para ocupar seu espaço de fato e de direito e com tamanho correspondente.
Publicada em: Poder360
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