Nota do Presidente da Pública – Nilton Paixão
Reforma trabalhista foi aprovada e imposto sindical obrigatório foi extinto. Sistema S permanecerá como fonte de financiamento das entidades patronais. E o atual Governo permanecerá contando com um Congresso eleito nos tempos da velha política sem transparência e que veio a Brasília em sua maioria para fazer comércio.
Não há respostas boas para o curto prazo. Continuará o bom combate medida a medida.
Mas existe uma missão específica para a categoria dos servidores públicos.
A categoria que se tornou a maior e mais expressiva do país, próxima de 16 milhões de servidores. Maior e de mais impacto potencial do que foram metalúrgicos, bancários ou petroleiros no passado. Categorias que paravam o Brasil.
No momento em que a população recupera a crença de que somente serviços públicos de qualidade, e uma administração pública transparente e eficiente, podem proporcionar uma democracia de fato, salta aos olhos o protagonismo possível aos servidores.
Servidor Público e suas entidades não podem esperar por espaço concedido por Governo ou por outras Centrais Sindicais. Não virá dessa forma. Não será dado espaço. Não haverá reconhecimento espontâneo. Ao contrário: seremos propositalmente relegados a um segundo plano.
Os servidores públicos estão diante de um desafio incontornável: construírem sua própria voz, ganharem força no diálogo direto com a sociedade, com a imprensa e unirem-se para fazer o autofinanciamento de suas entidades.
Precisamos reinventar nossas entidades, tornarmos nossos discursos e atuações mais plurais, atrairmos os jovens que nos últimos anos ingressaram no serviço público, e criarmos uma plataforma de candidatos para as eleições de 2018, capaz de traduzir as aspirações de um Brasil mais moderno e multipartidário de forma saudável. Tornarmo-nos líderes além de nós mesmos, com foco em um Estado progressista, justo e eficiente.
Os servidores públicos têm a vocação e a oportunidade de terem a maior Central Sindical do país. A Pública está em seus primeiros anos de vida. Caso consiga realmente ser vista como a maior janela de oportunidade de representação política e social do setor, tornar-se-á referência obrigatória nas negociações sobre o funcionamento do Estado, nas referências técnicas da área pública e nas articulações de acordos sociais.
Novamente: estamos sós e por nossa conta.
Propomos que a categoria deixe de ser reboque de organizações fincadas no passado, mantenha a luta política possível, mas em simultâneo foque em uma agenda própria para 2018. Uma agenda para termos a maior central sindical do país e a relevância política e parlamentar necessária.
Nilton Paixão
Presidente da Pública Central do Servidor
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