OMS declara o fim da emergência global de Covid

OMS declara o fim da emergência global de Covid

11 de maio de 2023

O mundo recebeu, nesta sexta-feira (5), uma notícia pela qual precisou esperar 40 longos meses. A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência de saúde global da pandemia de Covid.

O diretor-geral, Tedros Adhanom, abriu o discurso relembrando que há exatos 1.221 dias, a OMS soube dos primeiros casos de uma pneumonia de causa desconhecida na cidade chinesa de Wuhan.

E que, em 30 de janeiro de 2020, decretou emergência de saúde pública de interesse internacional. Naquela ocasião, menos de 100 casos de Covid tinham sido registrados fora da China - e nenhuma morte.

Hoje, pouco mais de três anos e três meses depois, o fim do alerta máximo da Organização Mundial da Saúde chegou com quase 7 milhões de mortes relatadas no mundo. E um aviso: o número real é várias vezes maior - pelo menos 20 milhões.

Tedros Adhanom disse que a Covid virou nosso mundo de cabeça para baixo, e que foi muito mais do que uma crise de saúde. Causou uma grave turbulência econômica, interrompendo viagens e negócios e mergulhando milhões na pobreza.

O chefe da OMS destacou que há mais de um ano, a pandemia está em tendência de queda e citou a vacinação como um dos fatores determinantes.

No pico, em janeiro de 2021, a Covid matava mais de 100 mil pessoas por semana. No final do mês passado, foram pouco mais de 3,5 mil mortes em sete dias.

Nesta quinta-feira (4), diante dos dados, o Comitê de Emergências da OMS aconselhou o diretor-geral.

“É, portanto, com grande esperança, que declaro o fim da Covid como uma emergência de saúde global”, anunciou Tedros Adhanom.

Mas ele também lembrou que a doença ainda tira uma vida a cada três minutos. Que milhares de pessoas estão em unidades de terapia intensiva. E milhões vivem com efeitos da Covid. “A pior coisa que qualquer país pode fazer é usar a notícia para baixar a guarda”, alertou.

O Jornal Nacional pediu aos especialistas uma análise sobre a situação do Brasil durante a pandemia. Mais de 700 mil pessoas morreram no país.

A líder técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, contou que esteve no Brasil algumas vezes nos últimos anos e que, nos hospitais que visitou em Manaus, cada um dos profissionais da saúde perdeu uma pessoa querida.

Enquanto estamos esperançosos olhando para o futuro, não podemos esquecer a quantidade de mortes. Não precisava ser assim, e não precisa ser assim de novo”, disse.

Maria Van Kerkhove disse que não podemos esquecer as imagens de UTIs lotadas, de sepulturas cavadas.

O diretor de emergências, Mike Ryan, destacou que agora autoridades brasileiras estão envolvidas na negociação de um acordo para evitar uma nova pandemia. "Ficamos muito felizes de ver o Brasil engajado com o mundo", afirmou.

Mike Ryan lembrou que o anúncio desta sexta (5) não representa o fim da pandemia de Covid, que o vírus continua circulando pelo mundo. Mas ressaltou que já temos as ferramentas para lidar com ele.

Fonte: G1