Este bordão muito usado para representar a necessidade de união virou lugar comum, mas nem por isso deixou de ser verdadeiro. Neste momento, em particular, em que nós, servidores, somos fortemente atacados, precisamos mais do que nunca ESTARMOS UNIDOS como uma classe.
Somos atacados pelo poder econômico que quer ampliar seus ganhos avançando sobre o espaço público para auferir lucro a qualquer custo e sem escrúpulos.
Somos atacados pelo poder político que despreza os servidores. Trata-nos como inimigos, abraça-nos e coloca granadas no nosso bolso.
Por isso, nós, servidores, devemos nos unir pelo que temos em comum, que é nossa luta pelo serviço público eficiente, de qualidade e livre de corrupção. Devemos nos unir pelas nossas carreiras, nossos salários e nossos direitos, devemos deixar de lado as nossas diferenças ideológicas.
Os sindicatos no serviço público são relativamente recentes, foram admitidos após a constituição de 1988, ainda estávamos em processo de consolidação, quando em 2017, devido à corrupção em governos passados, a população e os próprios servidores se voltaram contra os sindicatos e até contra direitos conquistados ao longo de décadas e com muita luta.
Fundamentalmente sindicatos que têm viés progressivo e de defesa de causas coletivas e sociais em detrimento aos pensamentos individualistas. Neste período de ódio ao PT, sindicatos estão sendo demonizados, taxados como esquerdistas, comunistas, etc.
Entretanto, a defesa de direitos e de causas sociais, não são causas de direitas ou esquerda, são causas de defesa da evolução civilizatória e não podemos tolerar retrocessos.
Nosso Sindicato, fundado em 2003, conseguiu sua carta sindical somente em 2014, durante toda sua história nunca teve viés partidário ou ideológico, sempre pugnou exclusivamente pela defesa dos servidores.
Nunca auferiu qualquer receita senão pela contribuição livre e espontânea dos seus filiados. Neste sentido, sua natureza é quase associativa, ou seja, filia-se e contribui quem quer.
Entretanto, sindicatos são entidades representativas da democracia, suas atribuições são substanciais e definidas na Constituição Federal, segundo o inciso III do art. 8º :
“ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;”
Temos atuado e ajudado a construir entidades nacionais para melhor nos representar. Atuamos na Federação Nacional dos Servidores dos Tribunais de Contas (Fenastc), na Confederação da Carreiras Típicas de Estado (Conacate), na Pública Central do Servidor. Tudo isso para obtermos visibilidade nacional na defesa dos servidores públicos.
Nossas responsabilidades são imensas e somente conseguiremos avançar com a união das entidades, mas principalmente com os servidores em suas entidades locais. Neste momento de pandemia, o trabalho essencial de inúmeros servidores públicos se faz evidente, assim como especificamente o dos nossos colegas servidores de TCEs, pois com o afrouxamento dos controles, a continuidade dos trabalhos é de fundamental importância para impedir a roubalheira de políticos sem escrúpulos. Neste sentido, somos obrigados a constatar a eficiência e a necessidade do trabalho remoto, no qual, a grande maioria dos servidores tem mostrado excelentes resultados e adaptação.
Infelizmente temos visto servidores distantes dos movimentos e das causas coletivas, especialmente os servidores mais novos. Temos bons salários e benefícios, fruto da união e das lutas coletivas do passado, mas precisamos de sangue novo para seguir a luta.
Hoje, no Tribunal de Contas os desafios são outros, mas nem por isso menos importantes e árduos. Nossa maior luta é pela garantia dos direitos conquistados e pela modernização e valorização das atividades desenvolvidas pelo Tribunal de Contas. Importante, também, nossa luta pela independência da auditoria, e tudo que ela representa, lutamos por uma denominação única nacional, de auditor de controle externo, definindo deveres, direitos e prerrogativas nacionalmente, sem olvidar as carreiras de apoio e suporte.
Por isso convidamos e conclamamos os colegas que ainda não se uniram à classe a participarem do sindicato, unam-se à nossa causa para dar relevância, visibilidade e efetividade a nossa nobre missão de controle externo dos gastos públicos.
Luiz Tadeu Grossi Fernandes – presidente SindicontasPR
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