"Não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato".
Gostaria de iniciar com esta frase do nosso Papa Francisco, que denota a imensa responsabilidade e os desafios que temos de superar.
Estamos sob forte ataque. Em parte, pelos maus serviços prestados por alguns sindicatos que se apropriam das entidades para enriquecer ou para fazer política partidária. Mas os ataques também vêm graças aos bons serviços prestados na defesa dos trabalhadores e da sociedade.
Nós, os sindicatos, somos uma das poucas instituições que têm conseguido fazer um contraponto à pressão do capital e do poder econômico na retirada de direitos trabalhistas, previdenciários e da precarização do serviço público.
Entendemos isso como parte do cenário, afinal, o capital tende em maximizar seus ganhos. Compreendemos, mas não concordamos. Fica, ainda, mais difícil de assimilar quando trabalhadores - os maiores prejudicados por estas políticas de retiradas de direitos - não conseguem perceber o risco que estão correndo. Ficam inertes ou pior: defendem estas políticas de exclusão social, de retirada e direitos e de fragilização do Estado.
Observamos a massificação do discurso de que a previdência é deficitária e que a única solução é a reforma com a retirada de direitos conquistados ao longo de décadas.
Todos os trabalhadores têm muito a perder neste momento. Especialmente nós, servidores públicos. A previdência dos servidores já foi por diversas vezes reformada e já não se respeitam mais estas alterações. Colocam-se os direitos adquiridos de lado, sem propor qualquer regra de transição.
Vemos ainda mentiras e meias verdades serem propagadas à exaustão pela mídia e nas redes sociais, com o claro objetivo de desmontar o serviço público e os servidores, atribuindo às nossas aposentadorias o suposto déficit previdenciário.
Convenientemente, tais notícias esquecem de dizer que nós, servidores, contribuímos sobre toda a nossa remuneração, diferentemente dos trabalhadores CLTistas que contribuem para o regime geral. Esquecem também de citar que desde a emenda 41/2003 não existe mais integralidade e paridade.
Vivemos um momento de extrema polarização na sociedade. Ou o cidadão é de direita ou de esquerda, para a maioria não existe meio termo.
Quero dizer que existe, sim. Como dirigentes sindicais temos por obrigação defender os direitos sociais, trabalhistas e previdenciários e, como servidores públicos, temos o dever de defender nossas instituições e trabalhar para o aumento da eficiência e da eficácia dos gastos públicos. Esse é o nosso real serviço à sociedade, e para ele não é necessário qualquer partidarismo ou radicalismo.
Mais uma vez cito o Papa Francisco: “Tenham coragem! Não tenham medo de sonhar com coisas grandes”. Sonhemos, pois, com um Brasil mais justo e um serviço público valorizado por sua eficiência.
Comente