A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de manter os juros básicos da economia brasileira (taxa Selic) em 11,25% ao ano, na sua última reunião deste ano, confirmou a previsão da maioria das instituições financeiras e foi aprovada pelos analistas do ponto de vista da cautela na condução da política monetária.
O ex-diretor do Banco Central (BC) Alexandre Schwartsman, hoje economista-chefe para a América Latina do ABN Amro, avalia que o avanço da produção industrial em outubro indica que a demanda está aquecida, o que eleva o risco de inflação no médio prazo. O aquecimento da atividade econômica reforça a expectativa de Schwartsman de que o BC não deverá reduzir a Selic no próximo ano. "Aumentam até as chances de o BC aumentar os juros em 2008, pois há estímulos da política monetária que ainda vão ser registrados nos próximos trimestres e a expansão do consumo não deve diminuir de velocidade?, comentou.
Para o economista-chefe do HSBC, Alexandre Bassoli, os dados da inflação e da produção industrial reforçam a visão de que a economia brasileira opera em níveis muito próximos da plena capacidade. Segundo Bassoli, os números põem em dúvida a sustentabilidade do atual ritmo de crescimento do País. O HSBC estima a expansão do PIB em 5,1% neste ano e 4,5% em 2008.
O economista sênior do ABN Amro Asset Management DTVM S.A., Fernando Siqueira dos Santos, afirmou que os dados econômicos recentes têm surpreendido do lado negativo, no que se refere à perspectiva de redução do juro nos próximos meses.
Fonte: Estadão
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