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80% dos favoráveis à reforma da Previdência não voltaram

  • 18 de outubro de 2018

Deputados sofreram a profecia da campanha 'Quem votar não volta" lançada por entidades de servidores públicos para pressionar parlamentares a não aprovar novas regras para a aposentadoria

Cerca de 80% dos deputados federais que votaram a favor da reforma da Previdência em comissão especial da Câmara não conseguiram se reeleger. O levantamento foi realizado por entidades sindicais de servidores públicos que planejam lançar nova campanha em alerta aos atuais e congressistas eleitos contra nova proposta do presidenciável eleito no dia 28 de outubro.

Segundo o levantamento, apenas 4 dos 23 favoráveis à reforma da Previdência conseguiram se reeleger e um desistiu da disputa, mas ajudou a eleger um parente. Em contrapartida, dos 14 que votaram contra a matéria, 7 conseguiram se reeleger. Um foi eleito senador, Major Olympio (PSL-SP), que é um dos principais colaboradores de Bolsonaro, e um virou suplente de senador.

“A campanha ‘Quem votar não volta’ deu certo”, comemorou Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate), entidade que defende os servidores mais graduadas do funcionalismo.

Vencidos
Entre os que não se reelegeram está o deputado Darcísio Perondi (MDB-RS), um dos principais vice-líderes do governo e escudeiro de primeira linha do presidente Michel Temer.

A respeito do insucesso eleitoral, Perondi atribuiu o insucesso ao fenômeno Jair Bolsonaro, o candidato do PSL que turbinou candidaturas de norte a sul do País, mesmo sem recursos financeiros.

Outros cinco que votaram a favor das novas regras para aposentadoria não disputaram as eleições, a exemplo do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB-MS), do ministro das Cidades, Alexandre Baldy (Podemos-GO), e do ex-ministro da Previdência Reinhold Stephanes (PSD/PR).

Relatores
A pecha previdenciária não colou, porém, no relator da matéria, deputado Arthur Maia (PPS-BA). Ele teve mais sorte do que o relator da reforma trabalhista, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), que não se reelegeu.

Entre os reeleitos contrários à reforma da Previdência estão o ex-presidente da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP) e o presidente da Frente Ambientalista, o senador Major Olympio (PSL-SP) - um dos principais apoiadores de Jair Bolsonaro, e o presidente da Frente Ambientalista, Alessandro Mollon| (PSB-RJ).

Distrato agora vai
O senador Armando Monteiro (PTB), ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi nomeado relator do projeto de lei (PL) que regulamenta os distratos, que são desistências nos contratos de compra e venda de imóveis. A expectativa de empresários do setor da construção é que o tema possa ser votado ainda este ano.

O PL já foi aprovado pela Câmara e aguarda votação no plenário do Senado. O texto prevê multas de até 50% sobre o valor pago pelo consumidor em caso de rescisão do negócio, porcentual considerado alto por representantes de entidades que defendem os interesses dos consumidores, uma vez que, atualmente, a jurisprudência dos tribunais determina uma retenção em torno de 10% a 25%. Caso o texto seja alterado, o projeto terá de voltar para a Câmara.

Perdas imobiliárias
A renovação do Congresso nas eleições deste ano atingiu em cheio o setor da construção e incorporação imobiliária, que perdeu os três principais parlamentares que vinham articulando a aprovação do projeto de lei que regulamenta os distratos São eles: o senador Romero Jucá (MDB), líder do governo no Congresso, e os deputados federais Beto Mansur (MDB) e Pauderney Avelino (DEM), que não conseguiram se reeleger.

Reformas
Em entrevista para rádios baianas, o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) prometeu, se eleito, encaminhar no primeiro mês de governo reformas tributária e bancária e disse que a meta é aprovar as medidas logo no primeiro semestre do ano que vem em um eventual governo. "Sem reforma tributária e bancária a economia não vai reagir", declarou.

As propostas de Haddad englobam acabar com o Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos, cobrar impostos "dos milionários" e reduzir juros bancários para que empresários possam investir.

 

Fonte: DCI

   
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