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É fácil defender livre mercado e ir bater na porta do governo, diz Marina

  • 06 de setembro de 2018
A candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira (4) na sabatina promovida pelo UOL em parceria com o jornal "Folha de S.Paulo" e o SBT que, se eleita, ela deverá rever subsídios a setores da economia e "acabar com farra do Refis" – programa do governo federal para refinanciamento de dívidas. 
 
Marina respondeu sobre ações que o governo poderia adotar em um cenário de estados e municípios endividados e sem capacidade de investimento e sobre subsídios que eventualmente poderia conceder a setores da economia. A candidata defendeu que isso seja feito "dentro de uma avaliação criteriosa", mas indicou que, no atual cenário da economia, a avaliação é que isenções fiscais não têm espaço. 
 
"Temos que acabar com a farra do Refis. Hoje, uma boa parte dos recursos que poderiam ser investidos em saúde, educação e segurança estão sendo destinados a perdão ou renegociação de dívida", disse. 
 
"É muito fácil defender o livre mercado e, na primeira oportunidade, ir ao balcão do governo fazer determinado tipo de isenção. Isso não é justo, e a sociedade brasileira está pagando um preço alto", afirmou a candidata. 
 
A presidenciável defendeu, entretanto, que "algumas isenções devem permanecer", mas adiantou que, "da forma como estamos, [isso é] sem condição". "Não há capacidade de suporte orçamentário, e todos têm que fazer sacrifício para ter investimento e o país gerar emprego e voltar a crescer e equilibrar as contas públicas", concluiu. 
 
Perguntada sobre que setores poderiam dispor ainda de subsídios, Marina esquivou-se. "Vamos avaliar com critérios. Imagina escolher meia dúzia de ungidos para dizer: 'Mamãe mandou dizer para isentar esse daqui'." 
 
Segundo o último levantamento do Datafolha, no cenário sem Lula, Marina assume o segundo lugar da corrida com 16%, atrás apenas de Jair Bolsonaro (PSL, 22%). 
 
Sabatinas e debates 
Os presidenciáveis estão sendo entrevistados por jornalistas de UOL, Folha e SBT. O primeiro a ser sabatinado foi Ciro Gomes (PDT), na segunda-feira (3). A ordem das entrevistas foi definida por sorteio e os próximos entrevistados são: 
 
5/9 – Luiz Inácio Lula da Silva (PT)* 
6/9 – Guilherme Boulos (PSOL) 
10/9 – Alvaro Dias (Podemos) 
11/9 – Geraldo Alckmin (PSDB) 
12/9 – Cabo Daciolo (Patriota) 
13/9 – Henrique Meirelles (MDB) 
14/9 – Jair Bolsonaro (PSL) 
 
UOL, Folha e SBT também realizarão um debate entre os candidatos no dia 26 de setembro e, em um eventual segundo turno, no dia 17 de outubro. 
 
Dividido em três blocos, o debate terá transmissão ao vivo pela TV aberta e nos sites do UOL e da Folha. Três jornalistas de cada veículo, assim como nas sabatinas, entrevistarão os candidatos. 
 
Foram convidados os candidatos dos partidos com representatividade no Congresso (com ao menos cinco parlamentares), conforme determina a legislação eleitoral. 
 
*Ainda nas tratativas para as sabatinas, UOL, Folha e SBT convidaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato do PT a presidente e líder nas principais pesquisas de intenção de voto para o Planalto, para participar das sabatinas e entraram com recurso na Justiça Eleitoral para poder entrevistá-lo. No entanto, preso desde abril, ele foi impossibilitado de dar entrevistas por decisão judicial. 
 
Além disso, na madrugada do último sábado (1º), a candidatura de Lula foi barrada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O PT ainda hesita em indicar o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para assumir cabeça de chapa, mas, caso a legenda formalize a troca até terça-feira (4), o novo candidato petista poderá participar da sabatina na quarta (5).
 
 
Fonte: Notícias Uol
   
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