Por 7 votos a 4, os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) aprovaram proposta de reajuste de 16,38% no salário da magistratura. O aumento constará na proposta de orçamento do Supremo para 2019.
O salário dos ministros é de R$ 33.763 e é o teto do funcionalismo. Agora, o valor deve passar para mais de R$ 39.300 e provocar 1 efeito cascata nas contas públicas.
O aumento foi aprovado na noite desta 4ª feira (8.ago.2018) em sessão administrativa de cerca de uma hora no gabinete da presidente da Corte, a ministra Cármen Lúcia. Acompanharam a discussão membros de diversas categorias da magistratura e a imprensa. O gabinete ficou lotado.
Ministros favoráveis ao aumento:
Ministros contra o aumento:
Cármen Lúcia não incluiu o aumento na proposta orçamentária e deixou a decisão final para os ministros. Ela foi voto vencido. A maioria seguiu a argumentação de Ricardo Lewandowski. Quando presidente da Corte ele apresentou ao Congresso a proposta de reajuste. O projeto de lei (íntegra) foi aprovado pela Câmara e está no Senado.
A mesma proposta será citado na proposta orçamentária de 2019. Se os senadores aprovarem o reajuste é confirmado. Segundo a proposta, apenas no STF o impacto financeiro será de R$ 2.279.354,77. Em todo o Poder Judiciário da União o valor sobre para R$ 717.170.790,67. No entanto, esses valores foram calculados na apresentação do projeto de lei, em 2015, e devem ser atualizados.
Durante a discussão nesta 4ª (8.ago), o próximo presidente da Corte, Dias Toffoli, disse que o reajuste não provocará aumento dos gastos do STF. Segundo o ministro, a verba para bancar o aumento virá de setores como comunicação institucional e TV Justiça.
COM A PALAVRA, OS MINISTROS
Ao defender o aumento, Lewandowski chamou o reajuste de “modestíssimo”. Os 16,38% representam a reposição da inflação de 2009 a 2014. Na mesma linha, Marco Aurélio disse que a mudança salarial não é 1 aumento, mas sim 1 reajuste, ao citar a perda inflacionária.
Barroso teve que sair logo no início da sessão e disse apenas ser favorável ao reajuste e à tomada de decisão pelo Congresso. Gilmar voltou a defender que o teto não deve ser o salário do STF. Defendeu o aumento, mas condicionando a mudança a essa discussão.
Os que foram contra o aumento lembraram que o momento é de escassez financeira nos cofres públicos. Rosa Weber e Celso de Melo chamaram a decisão de “escolha trágica”. Alexandre de Moraes concordou com os argumentos de Gilmar de que as leis sobre a remuneração da magistratura estão defasadas. Mas, ao contrário de Gilmar, Moraes votou pelo envio da proposta de orçamento sem o reajuste.
Fonte: Poder360
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