SINDICONTAS/PR »
PEC 32

Notícias » TCE-PR

Imagem

Renegociação da dívida com a União deve restringir gastos do governo do Paraná

  • 13 de julho de 2016

Projeto pode ser votado no Congresso antes do recesso, mas substitutivo ainda não foi apresentado

A renegociação das dívidas do Paraná com a União pode envolver a vedação de reajustes acima da inflação para o funcionalismo nos próximos dois anos. Projeto de lei complementar que estabelece parâmetros para que a dívida de estados seja renegociada deve prever também cláusulas que impedem o aumento de gastos por parte dos estados.

ENTENDA: Como funcionará o refinanciamento das dívidas

Apresentado pelo governo federal em março deste ano, o PLP 257 deve ser inteiramente alterado pela equipe econômica do presidente em exercício Michel Temer (PMDB). Segundo o secretário da Fazenda do Paraná, Mauro Ricardo Costa, um substitutivo deve ser apresentado nos próximos dias, com novos termos acordados entre o governo federal e os governos estaduais.

Os detalhes finais do projeto ainda estão sendo acertados. Costa adianta, entretanto, que os governadores que quiserem renegociar suas dívidas – e o Paraná pretende aderir à renegociação – terão de cumprir duas exigências. A primeira é não dar reajustes ao funcionalismo, exceto na data-base prevista anualmente. A segunda é não aumentar os gastos além da inflação do período.

Na prática, isso quer dizer que o governo poderá reajustar os salários de forma linear, na data-base. Entretanto, aumentos extemporâneos e acordos com categorias específicas passam a ser vetados. Por isso, é improvável que um reajuste acima da inflação possa ser concedido – uma vez que isso poderia aumentar os gastos além do estabelecido no acordo.

Em troca, o governo federal deve alongar os prazos para o pagamento das dívidas, e também dará um período de carência. Nos primeiros seis meses, a carência será de 100% – ou seja, o pagamento das dívidas será suspenso, o que representaria R$ 481 milhões a mais nos cofres do governo paranaense. Essa carência será reduzida progressivamente nos meses seguintes, e os pagamentos seriam retomados na íntegra 18 meses após a aprovação do acordo.

Assim que o substitutivo for apresentado, o projeto deve tramitar em regime de urgência. Segundo Costa, é provável que ele seja votado antes do recesso parlamentar, que começa no dia 15 de julho – visto que a proposta foi acordada com todos os governadores, inclusive os de oposição. Caso o Paraná decida aderir, terá 180 dias para assinar o acordo. Caso prefira não aderir, essas restrições não se aplicarão ao estado.

Previdência

Pelo projeto original, o governo federal também condicionava os novos termos ao aumento da contribuição dos servidores para a previdência. Hoje, os servidores contribuem com 11% para o ParanaPrevidência. Pela proposta do governo Dilma, essa contribuição deveria subir para 14%.

Não é possível saber, ainda, se essa cláusula ficará ou não no projeto que será apresentado por Temer. Entretanto, segundo Costa, as duas únicas condições são as mencionadas anteriormente – envolvendo os reajustes e os aumentos de gastos.

Renegociação pode significar cancelamento do recesso na Assembleia

Caso o projeto de lei complementar que trata da renegociação da dívida dos estados seja aprovado antes do fim do recesso na Câmara Federal, a Assembleia poderá ter que cancelar seu recesso para votar a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) de 2017. A eventual adesão do Paraná à proposta significaria mudanças relevantes nas despesas do governo, uma vez que o montante pago em serviços da dívida pública do estado será significativamente reduzido.

Mesmo desconsiderando o projeto, a votação da LDO já promete ser problemática para ao governo, devido à resistência dos servidores ao projeto. Após acordar com o funcionalismo a reposição da inflação e o pagamento de progressões e promoções atrasadas até 2017, o governador Beto Richa (PSDB) voltou atrás, alegando não possuir dinheiro para fazer as duas coisas. Os servidores ameaçam entrar em greve caso a promessa seja descumprida.

Efeito político

A discussão sobre as contrapartidas exigidas pela União para a renegociação da dívida chega, portanto, em um momento político delicado para o governo estadual. O secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, considera que os dois assuntos não possuem qualquer relação. De acordo com ele, as exigências feitas pelo governo federal para renegociar a dívida do estado não afetam essa questão, visto que os reajustes lineares ainda serão permitidos.

O aumento da contribuição dos servidores ao ParanaPrevidência deve, também, gerar reações negativas por parte do funcionalismo. Ainda não se sabe, porém, se isso continuará no projeto. A reportagem procurou a APP-Sindicato para comentar o tema, mas não teve sucesso.

Veja como funcionará o refinanciamento das dívidas

Benefícios

Pela proposta do governo federal, os estados poderão refinanciar suas dívidas por um prazo alongado de 20 anos.

O acordo dá uma carência de 24 meses, sendo que nos seis primeiros o desconto será de 100%. No caso do Paraná, a suspensão do pagamento da dívida com a União entre julho e dezembro deste ano vai representar um alívio de R$ 481 milhões no orçamento.

A partir de janeiro de 2017, esse abatimento será reduzido gradualmente, em 5,5 pontos porcentuais por mês até junho de 2018, quando o pagamento integral das parcelas será retomado.

Os descontos dados nesse período serão cobrados ao final da carência.

Já as dívidas com o BNDES serão alongadas em mais dez anos, com quatro anos de carência. Nesse caso, ficam de fora os débitos contraídos pelos estados relativos à Copa do Mundo de 2014.

Detalhes da renegociação ainda estão sendo fechados pela equipe econômica do governo federal. Substitutivo deve ser apresentado nos próximos dias.

Regras

Para ter direito a esses benefícios, porém, cada estado precisa cumprir uma série de exigências, mediante a sanção de leis que tenham validade de dois anos a partir da data de renegociação das dívidas.

Entre elas, não conceder qualquer aumento salarial ao funcionalismo estadual, além da data-base anual.

Limitar o crescimento das despesas à variação da inflação, com exceção das transferências aos municípios e do Pasep.

Vedar novas leis ou programas que concedam ou ampliem incentivos fiscais e tributários.

Suspender a contratação de pessoal em toda a esfera do Executivo estadual, com exceção dos casos de vacância, aposentadoria ou falecimento de servidores nas áreas de educação, saúde e segurança; e da reposição de cargos de chefia e direção que não causem aumento de despesas.

Reduzir em 10% o gasto mensal com comissionados, na comparação com números de junho de 2014.

Instituir um regime de previdência complementar.

Elevar a alíquota de contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14% e do Estado para 28%, num período de até três anos, até que se possa saldar o déficit atuarial do sistema de aposentadorias e equiparar receitas e despesas.

Reformar o regime jurídico do funcionalismo, a fim de limitar benefícios, progressões e vantagens a exemplo dos servidores da União.

Fonte: PLP 257/2016.

   
  Compartilhar no WhatsApp  

Comente esta Notícia

código captcha

Notícias Relacionadas

13 de julho de 2016

Governo consegue aprovar urgência para projeto das dívidas dos estados

No dia 6, base governista não conseguiu maioria para acelerar...

13 de julho de 2016

Venha discutir com a gente o novo Estatuto dos Servidores do TCE/PR

Chegou a hora de termos um estatuto somente nosso e a sua opinião é...

11 de julho de 2016

A troca da cédula de identidade pelo novo cartão com CHIP deve começar no próximo dia 17

Após mais de 100 anos em uso, o documento de identidade ou Registro Geral (RG) sofrerá...

Assédio Moral
Fórum

Assembléia Online

Participe da democracia da qual o nosso Sindicato é feito.

Abaixo-assinados

Proponha e assine abaixo-assinados por melhorias na sua condição de trabalho.

Biblioteca do Servidor TC-PR

Sugira e confira os livros indicados para os servidores do TC lerem.

Estudos Técnicos

Acesse os estudos realizados pela nossa diretoria e pelos nossos associados.

Documentos

Acesse balancetes, cartas, acordos e demais documentos do nosso Sindicato.

Plano de Saúde e Previdência

Obtenha todas as informações necessárias para garantir a sua qualidade de vida.

O Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (SINDICONTAS/PR) utiliza alguns cookies de terceiros e está em conformidade com a LGPD (Lei nº 13.709/2018).

CLIQUE AQUI e saiba mais sobre o tratamento de dados feito pelo SINDICONTAS/PR. Nesse documento, você tem acesso às atualizações sobre proteção de dados no âmbito do SINDICONTAS/PR bem como às íntegras de nossa Política de Privacidade e nossa Política de Cookies.