O governo federal não terá caminho fácil para colocar em prática o pacote anticricrise anunciado nestasegunda-feira (14). Obstáculos e tentações podem inviabilizar alguns pontos e talvez até o pacote todo. Ou ainda pode obrigar o governo federal a recuar em alguns pontos. Listamos algumas dessas armadilhas que a atual gestão deve enfrentar nos próximos dias:
Mais de 90% das medidas dependem de aprovação no Congresso. Se passar, divide a responsabilidade das ações com os deputados federais e senadores. É exatamente isso que os parlamentares querem evitar. Sem falar das constantes derrotas de projetos que o governo federal tem enfrentado na Câmara dos Deputados. Para fazer pelo menos parte do pacote passar, o governo já está dialogando com os governadores. A ideia é fazer uma troca em busca de votos no Congresso. O valor da CPMF passaria de 0,2% para 0,38%, com 0,18% sendo repassado diretamente aos estados. Com isso, os governadores assumiriam o compromisso de conseguir apoio de suas bancadas para aprovar a medida.
O Partido dos Trabalhadores (PT) terá de encarar de frente a pressão de movimentos que historicamente sempre estiveram ao seu lado. Na última eleição, inclusive, muitos integrantes desses movimentos pediram voto para Dilma Rousseff no 2.º turno. Na formulação desse pacote, a presidente não procurou o diálogo com os movimentos sociais. O MTST já anunciou protesto, por exemplo, contra os cortes do Minha Casa, Minha Vida. O MST já havia anunciado posição contrário. É a base histórica do PT que o partido vai ter de enfrentar.
INSS e algumas universidades federais já estão em greve. Além de dificultar a negociação com essas classes, o congelamento dos salários até agosto de 2016 aumenta a possibilidade de mais categorias entrarem em greve. Servidores federais, inclusive, já cogitam uma greve geral contra as medidas anunciadas pelo governo federal.
O corte de gastos impactará em um dos principais programas do governo, o Minha Casa, Minha Vida, que terá um corte de R$ 4,8 bilhões. Outra medida anunciada é a redução de gastos em R$ 3,8 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento e de mais R$ 3,8 bilhões em gastos com Saúde. A medida pode provocar a revolta de parte da sociedade – vale lembrar que nos protestos de 2013 uma das reivindicações foi melhorias na saúde pública. Sem falar que a proposta é recompor esses valores com emendas parlamentares. É o governo dependendo, mais uma vez, da Câmara.
A CPMF é a única arma para aumentar arrecadação. Se não sair, desmorona todo o pacote, pois não tem plano B. Consequências podem ser pessimistas para o mercado: alta de dólar, encolhimento da economia retomada do risco de perder grau de investimento, etc.
No pacote também haverá suspensão de concursos públicos, que estavam estimados em R$ 1,5 bilhão em gastos em 2016. Exatamente um dos pontos que a gestão do PT sempre se orgulhou e gostava de mostrar os números comparando os oito anos da gestão Fernando Henrique Cardoso com o mesmo período de Lula como presidente do Brasil. Durante a gestão do presidente Lula (2003 a 2010) foram admitidos, de acordo com a edição de setembro do Boletim Estatístico de Pessoal, 147.939 servidores para órgãos federais contra 51 mil da gestão anterior – o INSS, por exemplo, ficou sem concurso durante a gestão de FHC. O anúncio vai contra uma das práticas recorrentes que marcou a era PT no poder.
A proposta é reduzir os 39 ministérios e economizar cerca de R$ 200 milhões. No entanto, essa reforma pode simplesmente ser apenas aparente. Algumas áreas devem perder o status ministerial e ser absorvido como uma espécie de secretaria de outro ministério. Assim há a chance de o custo da máquina continuar parecido com o atual, mesmo com a promessa de se realizar cortes de cargos de confiança.
Matéria da Gazeta do Povo.
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