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Juros altos para todos: Brasil pagou R$ 14 mil em juros por segundo em 2021

  • 24 de março de 2022

Matéria original: FDR

Já faz algum tempo que a economia brasileira não anda bem das pernas. E o crescimento da dívida pública é um dos principais componentes dessa crise, embora passe despercebida para a maioria das pessoas. Além do volume total da dívida aumentar continuamente, os juros também estão crescendo e tiveram o segundo maior valor da história no ano passado.

Foram R$ 448,39 bilhões em 2021, pagos para todos aqueles que têm títulos do Tesouro Nacional. O valor só não foi maior que o registrado em 2015, quando a atual fase de deterioração das contas públicas e da economia em geral apenas começava. E a expectativa para 2022 é ainda pior. Mas afinal, o que explica os juros da dívida pública estarem tão altos?

Inflação e crescimento da dívida

Os juros da dívida pública correspondem ao excedente pago para os investidores que compram títulos do Tesouro Nacional. O governo vende esses títulos para financiar os seus gastos (em saúde, educação, etc.) e quando faz política monetária (para conter a inflação, aquecer a economia ou mudar a taxa de câmbio).

Para entender o atual patamar dos juros da dívida pública, é preciso observar a evolução da dívida ao longo dos últimos anos. Até 2013, a dívida líquida de todo o setor público estava numa trajetória de queda em relação ao PIB, iniciada ainda no primeiro mandato de Lula.

Mas em 2014 a trajetória muda e a relação dívida-PIB segue piorando nos anos seguintes, com o maior crescimento sendo registrado em 2016. Em 2021, a dívida pública fechou em R$ 5,613 trilhões, o maior valor da história. Com uma dívida tão alta, é compreensível que estejamos pagando juros altos também.

Mas não é só o montante da dívida que explica o valor dos juros. Na verdade, os juros são a principal ferramenta do Banco Central para conter a inflação ou mudar a taxa de câmbio. Sempre que o governo quer reduzir a inflação, ele aumenta os juros. Por quê?

Porque ao aumentar a taxa de rendimento do Tesouro Nacional, todas as outras taxas da economia aumentam, tornando o crédito mais caro e desacelerando o consumo das famílias. Com menos consumo, a tendência é que os preços dos produtos caiam.

A inflação de 2021 foi mais alta que o planejado pelo governo. Numa tentativa de contê-la, os juros da dívida foram elevados. Em 2022, a expectativa é de inflação alta também, o que deve levar o Banco Central a aumentar ainda mais os juros. Analistas acreditam que podemos superar os R$ 600 bilhões em pagamento de juros neste ano, batendo o recorde de 2015 (pouco mais de R$ 500 bilhões).

Quem ganha e quem perde com os juros altos?

Ao tornar o crédito mais caro, os juros altos diminuem os investimentos e, consequentemente, o crescimento da economia como um todo. Além disso, o governo também passa a gastar mais dinheiro com os seus credores. Dinheiro que poderia ser gasto em serviços úteis à população.

O dinheiro dos juros vai para os proprietários dos títulos do Tesouro. E quem são esses proprietários? Em dezembro do ano passado, 29,45% dos títulos estavam com as instituições financeiras, 23,97% com fundos de investimentos, 21,74% com fundos de previdência e 10,56% com investidores estrangeiros.

 

   
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