Estudo aponta que, para lidar com envelhecimento da população, mercado de trabalho alemão necessita de milhares de imigrantes por ano, e mais da metade terá de vir de países de fora da União Europeia.
A Alemanha precisa receber ao menos 260 mil imigrantes por ano até 2060 para suprir as demandas de seu mercado de trabalho, aponta um estudo divulgado nesta terça-feira (12/02). Desse total, 146 mil trabalhadores teriam que vir de países de fora da União Europeia (UE) a cada ano.
Segundo o estudo, publicado pela Fundação Bertelsmann, devido ao envelhecimento da população, a força de trabalho alemã deve encolher em um terço, ou cerca de 16 milhões de pessoas, até 2060. Sem imigrantes, a redução do número de trabalhadores poderia ter graves consequências para a quarta maior economia do mundo.
A pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa Laboral da Universidade de Coburg, prevê que a imigração de trabalhadores de outros países da UE diminua nos próximos anos, à medida que a situação econômica e a qualidade de vida melhorem nos vizinhos europeus, reduzindo a motivação para buscar um trabalho na Alemanha.
Com isso, a necessidade de imigrantes de países de fora do bloco europeu aumenta. Até 2035, o mercado de trabalho alemão precisa receber quase 98 mil imigrantes não europeus por ano; entre 2036 e 2050, cerca de 170 mil por ano; e entre 2051 e 2060, 200 mil por ano – o que resulta numa média de 146 mil imigrantes de países de fora da UE por ano, diz o estudo.
Os pesquisadores projetam uma maior demanda por trabalhadores estrangeiros mesmo que a taxa de natalidade aumente na Alemanha, que mais mulheres entrem no mercado de trabalho e que a idade de aposentadoria passe para os 70 anos.
Jörg Dräger, presidente da Fundação Bertelsmann, aponta que, em 2017, a Alemanha recebeu somente 38 mil trabalhadores estrangeiros e que, portanto, precisa aprovar urgentemente novas políticas para estimular a imigração.
No fim de 2018, o governo alemão propôs uma nova lei de imigração que visa sobretudo atrair mão de obra qualificada. A proposta, que aguarda aprovação e deve passar a valer só em 2020, mira imigrantes sem formação acadêmica de fora da UE e pretende preencher o elevado número de vagas disponíveis no mercado de trabalho alemão, contribuindo, assim, para estabilizar o sistema público de previdência social.
Fonte: Deutsche Welle
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