Governo Ratinho Junior (PSD) tem situação confortável na Casa; lideranças foram indicadas nesta quarta-feira (6). Mistura incomum entre MDB e DEM chama a atenção

O deputado estadual Hussein Bakri (PSD) foi confirmado nesta quarta-feira (6) na cadeira de líder do governo de Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep). No comando da bancada de oposição, ficou o deputado estadual Tadeu Veneri (PT). O petista vai liderar um grupo miúdo – apenas seis parlamentares, de um total de 54, integram formalmente a oposição. Serão quatro políticos do PT (além de Tadeu Veneri, Professor Lemos, Arilson Chiorato e Luciana Rafagnin) e dois do MDB (Requião Filho e Anibelli Neto).

Embora haja parlamentares que se consideram “independentes” – a grande maioria deve integrar a base aliada. Na conta de Hussein Bakri, o governo do Paraná teria o respaldo de “38 a 40” parlamentares, o que deixa o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, em uma situação confortável.

A quantidade de políticos afinados com o governo Ratinho Junior reduz o impacto de um plenário extremamente fragmentado – há 20 partidos políticos diferentes representados nas 54 cadeiras da Assembleia Legislativa. As maiores bancadas são do PSL (8 parlamentares), legenda do presidente Bolsonaro, do PSD de Ratinho Junior (5), do PSC (5) e do PSB (5).

Não se sabe, ainda, quando a fidelidade da base aliada será testada. Na última sexta-feira (1º), Bakri antecipou que o Executivo não prevê, “a curto e médio prazo”, nenhuma pauta polêmica. A primeira mensagem do Palácio Iguaçu ao Legislativo foi uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que acaba com a aposentadoria de ex-chefes do Executivo – pauta que une oposição e situação.

Bakri prometeu, contudo, que irá dialogar com a oposição, e dar tempo de debate para as proposições que chegarem na Casa – sem “rolo compressor”.

Apesar da maioria confortável, governistas trabalham para assegurar que aliados assumam os principais postos do Legislativo. Na semana passada, Ademar Traiano (PSDB) foi confirmado na presidência da Casa. A disputa agora é pelo comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – o mais importante colegiado. Aliados de Ratinho Junior trabalham nos bastidores a favor do nome do Delegado Francischini (PSL), cujo partido político tem peso na Casa.

Ex-presidente da Alep, o veterano Nelson Justus (DEM) também está de olho na presidência da CCJ. O DEM, contudo, tem apenas dois representantes (Plauto Miró, além de Nelson Justus) e concordou com um inusitado casório – se uniu ao MDB, da oposição, para formar um bloco partidário e ter acesso às comissões permanentes da Casa. Nesta quarta-feira (6), terminou o prazo para definição de bancadas, blocos e lideranças (veja abaixo).