Trabalhadores de universidades administradas pelo estado, funcionários públicos da saúde do Paraná, agentes penitenciários já aprovaram ou estão em deliberação final para cruzarem os braços
A greve dos professores, que hoje entra no seu quarto dia, deve ganhar o reforço de mais três categorias de servidores estaduais. Trabalhadores de universidades administradas pelo estado, funcionários públicos da saúde do Paraná, agentes penitenciários já aprovaram ou estão em deliberação final para cruzarem os braços. Há questões específicas para cada um, mas há dois pontos em comum de reivindicação de todos: a falta de pagamento de benefícios pelo estado e a tentativa do Palácio Iguaçu de remanejar os fundos da Paraná Previdência.
Ontem à noite, uma reunião de negociação entre lideranças do governo e o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Estado do Paraná (Sindsaude) chegou a ser realizada, mas não impediu que a greve nos hospitais do estado fosse mantida. “A Secretaria da Fazenda não passou nenhuma orientação, não tem prazo [de pagamento], não tem nada”, defendeu a presidente do Elaine Rodella, presidente do sindicato. Segundo ela, as cidades que devem ter mais problemas são Paranaguá, Londrina e Cascavel. Ela garante que o sindicato vai manter ao menos 30% dos funcionários nos seus devidos postos.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), em nota, confirmou a realização de reunião e diz que vai analisar os 13 pontos de pauta apresentados durante a conversa. A pasta alegou que foi informada da greve pelo sindicato e defendeu que “[pela lei] os serviços essenciais, como saúde e segurança, não admitem paralisação”. O documento segue e diz que “se a greve for deflagrada, o sindicato deverá garantir 100% dos serviços de saúde atendendo normalmente”, frase atribuída à assessoria jurídica do órgão.
Ontem, os trabalhadores das universidades administradas pelo estado passaram a ter indicativos de greve aprovados ou então paralisações em andamento. Cada instituição tem um calendário, e na maioria as aulas não começaram. Mesmo assim, atividades internas já estavam sendo feitas e é provável que o cronograma do ano seja afetado.
Há ainda um indicativo de greve aprovado pelos agentes penitenciários. O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) anunciou que se o pacotaço do governo for aprovado na Assembleia Legislativa, o que pode ocorrer hoje, os 3,9 mil agentes devem deflagrar greve.
Enquanto isso, os professores permanecem acampados no Centro Cívico. Desde anteontem, eles ocupam o prédio da Assembleia Legislativa. A manifestação é uma tentativa de impedir que o pacotaço com “medidas de austeridade”, propostas pelo governador Beto Richa, sejam aprovadas. A votação das propostas do Executivo devem ser votadas hoje.
fonte: Gazeta do Povo
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