Após a paralisação de metalúrgicos na Grande Curitiba, líderes sindicais de todo o estado se reuniram em manifestação na Praça Santos Andrade pelo Dia Nacional de Lutas
Na manhã desta quarta-feira (28), centrais sindicais de todo o país foram às ruas em manifestação pelo Dia Nacional de Lutas pelo Emprego e Direitos.
Em Curitiba e Região Metropolitana, metalúrgicos paralisaram as atividades em empresas como Bosch, CNH, Volvo e Renault, bloqueando o trânsito de vias como as BRs 277 e 376 em protesto contra as demissões em massa dos últimos meses, principalmente da indústria automobilística - e as medidas do governo que tornaram mais rigorosa a concessão de benefícios aos trabalhadores.
Por volta das 10 horas, cerca de 1.500 líderes sindicais se reuniram em protesto na Praça Santos Andrade, em frente à sede do INSS, no Centro de Curitiba.
Estiveram presentes representantes de dezenas de sindicatos, de Curitiba e cidades do interior como Apucarana, Maringá, Pato Branco, Londrina, entre outras.
Após o discurso dos líderes, o grupo bloqueou, por volta das 11h30, o trânsito local por cerca de 15 minutos e organizou uma corrente em torno do prédio da Previdência Social enquanto os líderes faziam reunião com a superintendência do órgão. Temendo uma invasão, os seguranças do local trancaram a entrada do edifício, permitindo a passagem apenas de quem não participava do manifesto.
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Paraná, Sérgio Butka afirma que o ato é o início de uma nova fase do movimento dos trabalhadores, que depois de anos de negociação com as empresas, deve ir às ruas reivindicar por melhores condições de trabalho e garantia de direitos.
“Nosso objetivo é estabelecer uma ponte permanente de diálogo com os governos federal e estadual e protestar contra medidas arbitrárias que prejudicam milhares de trabalhadores e sequer foram discutidas com as centrais sindicais”.
Reivindicações
As principais reivindicações se referem às medidas provisórias 664 e 665, anunciadas pelo governo federal no final de 2014, que alteram a concessão de benefícios como pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego.
“A presidente prometeu que não tocaria nos direitos dos trabalhadores. As medidas trazem prejuízos irrecuperáveis principalmente aos aposentados”, diz Paulo José Zanetti, diretor institucional do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical.
Além disso, o protesto dos aposentados foi motivado pelo reajuste de 6,23%, abaixo da inflação, na aposentadoria de quem recebe mais de um salário mínimo, enquanto o salário mínimo teve acréscimo de 8,8%.
Demissões
No âmbito estadual, o motivo do protesto são as demissões que reduziram mais de 10% das vagas de emprego na indústria paranaense. Às 14h30, os representantes sindicais devem se reunir com o governador Beto Richa para cobrar diálogo permanente e medidas que garantam, por parte das empresas que recebem incentivos fiscais, o compromisso em manter o nível médio de emprego.
“Estamos preocupados com as demissões e queremos um compromisso das multinacionais com a manutenção da empregabilidade, que tem reflexos em todos os setores”, diz Butka.
O Dia Nacional de Lutas é organizado por seis centrais sindicais - Central Única dos trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) - e contou com atividades em todo o país. No dia 26 de fevereiro representantes de sindicatos de todo o Brasil devem se reunir em São Paulo para uma grande Marcha dos Trabalhadores.
Fonte: Gazeta do Povo
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