Entenda o que está por trás do PEC 241/2016.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 241, de junho de 2016, fixa por até 20 anos um limite para as despesas primárias (tudo o que é arrecadado, menos tudo o que é gasto, fora a dívida). A medida valerá para os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). Os limites em Saúde e Educação (essa matéria foi alterada pelos Relator) começarão a valer em 2018.
A PEC 241 foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados. Haverá um segundo turno e dois turnos no Senado. Necessários 3/5 dos votos.
Há várias críticas à medida. Vamos citar algumas:
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Não estão limitados os pagamentos de juros e encargos da Dívida Pública.
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O texto engessa (mínimo de 10 anos) a política de investimentos no país. Por exemplo: Se o Brasil voltar a crescer nesse período, o resultado da política fiscal, na prática, reverterá para o pagamento de juros, que já consomem mais 40% do Orçamento e são a causa do déficit nominal da União (A dívida cresceu R$ 732 bilhões em 2015. Destes R$ 501 bilhões em juros).
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Os problemas com Saúde e Educação no Brasil ainda não estão resolvidos. Muito pelo contrário. Os gastos crescem em um ritmo superior a inflação. Congelar significa diminuir os investimentos em área sensível, prejudicando aqueles que mais precisam do Estado, as populações de baixa renda.
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Há outras medidas que poderiam ser tomadas em seu lugar: Reforma Tributária, Alteração do Pacto Federativo, Alteração da Política Macroeconômica (redução dos juros básicos da economia. Os EUA estão pagando 0,25% ao ano e a Alemanha e Japão, taxas de juros reais negativas, na venda de títulos de suas respectivas dívidas).
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E não menos importante. A política que está sendo aplicada não foi legitimamente sufragada pelo povo brasileiro, tendo em vista que esse governo não foi eleito.
O que repercutirá em sua vida (a PEC da limitação de gastos estaduais já está a caminho):
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Seguramente, não haverá mais aumento real nos salários. Com o crescimento vegetativo da folha, se a inflação for igual ou mais elevada no exercício seguinte, não haverá orçamento para reposição das perdas.
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O TCE não terá mais reposição de quadros. Considere que os inativos oneram o Orçamento do Órgão.
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Os investimentos do TCE, para melhorar o controle e combater à corrupção, vão diminuir sensivelmente.
O Governo atropela todas as regras democráticas e impede o debate no Parlamento.
O que fazer para barrar esse ataque brutal ataque ao Serviço Público?
Vamos nos mobilizar. Comunique-se com os Deputados Federais do seu Estado. Faça saber sua discordância. Participe das mobilizações no dia 24 de outubro (data marcada para o 2º turno na Câmara dos Deputados).
Diretoria do SindiContas/PR, Outubro de 2016.
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