Nem o risco de ficar sem acesso ao fundo partidário e à divisão do tempo de TV acabou com o fenômeno da multiplicação de partidos políticos no Brasil. Desde a aprovação da cláusula de desempenho, que estabeleceu,em outubro do ano passado, critérios para conceder esses benefícios, sete pedidos de registro de novas siglas foram entregues à Justiça Eleitoral. No período, apenas um grupo desistiu da empreitada.
Ao todo, há 72 partidos em formação. Os mais novos interessados em garantir sua representação atendem pelos nomes de Dirtido dos Conservadores, Partido de Educação Brasileira, Partido Nacionalista do Brasil, Partido Popular Brasileiro, Partido das Sete Causas, Partido Social e União Democrática Nacional.
Até 2017, uma sigla passava a receber o dinheiro do fundo partidário e a participar da propaganda gratuita na televisão assim que seu registro era aceito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas isso mudou com a reforma política. Desde então, legendas precisam eleger ao menos nove deputados federais em nove Estados diferentes e atingir 1,5% dos votos totais para a Câmara-regras ficam mais rigorosas a cada quatro anos.
SETE CAUSAS
Apoiado em sete diretrizes (humanista, progressista, nacionalista, social, cristã, democrática e ecológica), o íártido das Sete Causas pediu registro ao TSE em janeiro. Segundo o presidente da sigla, o empresário Rogério Lopes, o movimento existe desde 2011, não acredita em "esqueida"e"direitá'enãoé "radical em nada".
"Os partidos pequenos, que querem fazer alguma coisa séria no Brasil, perderam o que já não têm (fundo partidário). Mas, para nós, isso não faz a mínima diferença", disse.
Na lista das 72 legendas que querem nascer, há nomes como Partido dos Servidores Públicos e dos Tta-balhadores da Iniciativa Privada do Brasil; o Pirtido Animais, voltado à defesa dos bichos em "todas suas representações biológicas"; eo"Iguais", que propõe unir "pessoas iguais a nós, com pensamentos que vão de encontro (sic) aos interesses do povo brasileiro e que têm por objeto a igualdade de condições e direitos entre todos os membros da sociedade", sem uma "linha ideológica definida".
Apesar do esforço dos novos grupos, nenhum está perto de se tomar um partido de verdade. Segundo o TSE, não há nenhum julgamento do registro de um novo partido previsto para 2019. O último partido aprovado pelo tribunal foi o Partido da Mulher Brasileira (PMB), em setembro de 2015.
Fonte: Agência O Globo