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Como se preparar financeiramente para envelhecer

  • 02 de maio de 2024

Matéria original: Vida Simples

Sendo você é amigo ou não das estatísticas matemáticas e prognósticos sociais, saiba de uma coisa: a chance de ter uma vida longeva e até ultrapassar os 80 anos, superando a expectativa de vida atual, é muitíssimo maior do que a possibilidade de sua existência terrena se encerrar brevemente, em poucas décadas. Mesmo assim, talvez distraídos demais com uma série de coisas, acabamos por não dar a devida atenção a um aspecto que num futuro nem tão longe assim irá puxar as orelhas de quem o ignorou: a estabilidade financeira para um envelhecer próspero e tranquilo.

Esse é um assunto de extrema importância, mas muitas vezes ignorado pela maioria. Afinal, como você imagina o seu envelhecer? Tenho certeza de que, entre tantas outras coisas, deseja uma aposentadoria digna num momento da vida em que se almeja trabalhar menos. Por isso, mais do que nunca e de forma urgente, é necessário aprender a usar o dinheiro e criar recursos e estratégias para desfrutar de uma vida mais cômoda no futuro.

Para começar a fazer isso, dois pontos são fundamentais para um planejamento e ação assertivos. O primeiro é tomar pleno conhecimento da situação financeira atual. Ou seja, fazer o orçamento pessoal para entender quais são as receitas, quais são as despesas, qual o saldo. O segundo é traçar um mapa com os objetivos, incluindo, claro, a etapa mais madura da vida. Quando eu pretendo parar de trabalhar? Com quanto eu quero viver de renda na aposentadoria? As duas informações cruzadas possibilitarão entender se o dinheiro que “sobra” te permitirá atingir o que se pretende obter no futuro.

Contudo, para criar recursos e estratégias para desfrutar de uma vida mais cômoda no futuro, precisamos ter mais consciência da forma com que lidamos com o dinheiro, como estabelecemos o relacionamento com ele, para depois começar a fazer escolhas mais conscientes. Quem enfatiza isso é a planejadora financeira Lueny Santos, do Papo de Valor (@papodevalor), para quem o objetivo principal, quando a gente fala de gestão financeira, é simplificar essa gestão para reduzir as oportunidades de o nosso cérebro fazer escolhas “erradas”. “Todo mundo sabe que precisa guardar dinheiro para o longo prazo, todo mundo sabe que precisa ter uma reserva financeira, todo mundo sabe que precisa gastar menos do que ganha. Só que, por que as pessoas não fazem isso? Porque a gente lida com as nossas emoções, de forma inconsciente, no nosso dia a dia. E é isso que a gente quer mudar, buscar ferramentas e estratégias para no dia a dia não deixar que a nossa forma inconsciente esteja a ditar as nossas regras”, aponta.

Ela explica que quando a gente planeja comprar um carro ou fazer uma viagem, por exemplo, que são projetos palpáveis, precisamos entender que para alcançarmos esse objetivo teremos de abrir mão de alguma coisa no hoje para encontrar esse equilíbrio entre viver o presente e realizar esse projeto desejado no futuro.

Porém, quando abordamos um planejamento de aposentadoria, de uma vida mais tranquila no futuro, é mais desafiador a gente visualizar isso e, consequentemente, mudar as nossas ações. “Isso porque ninguém consegue fechar os olhos e se imaginar nesse cenário deixando de trabalhar, nesse cenário começando a usufruir do dinheiro, então parece ser um contexto muito distante. Justamente por isso que a gente precisa ter a consciência de como a gente está lidando com o dinheiro e mudar a forma de fazer isso para ter uma vida mais tranquila no futuro.”

Lueny alerta também para se ter cuidado com o que ela chama de “armadilhas da contabilidade mental”, um viés mostrado pela psicologia econômica, das pessoas fazerem contas de cabeça, de acharem que não precisam de planejamento, pois a mente delas já traçou os próximos passos.

Assim, se um bom planejamento financeiro é, sem dúvida, o primeiro passo na tomada de uma nova consciência em relação às finanças e na definição de estratégias desse amanhã, é preciso se libertar da relação exclusiva planilha e contas, mas dando atenção a um planejamento que observe plenamente as perspectivas variadas da vida de cada um, como saúde, lazer, relação familiar, vida profissional etc.

Cuidando do emocional

Um dos quesitos que dificulta ter uma vida financeira saudável e próspera não está relacionado ao quanto determinada pessoa ganha pelo seu trabalho. Pelo contrário, é possível poupar e investir mesmo ganhando pouco, assim como se endividar seriamente mesmo ganhando muito. O que realmente influencia enormemente é o fato de a teoria econômica dizer que o ser humano é racional em seu processo de tomada de decisão, mas o comportamento financeiro de cada um ser regido muito mais pelo aspecto emocional.

A planejadora financeira Karina Valadares (@kavaladares) é enfática ao expressar sua opinião de que somos regidos pelo princípio do prazer, estudado por Freud. Assim sendo, buscamos prazer imediato e evitamos qualquer tipo de desconforto. Por esse motivo, a sistemática do princípio da realidade nos traz um desgaste mental e emocional e nos coloca frente a frente com as consequências das nossas escolhas. Conta ela que como preferimos fugir a qualquer custo desse tipo de situação, vamos automatizando nossas decisões para evitar desconfortos.

“Para complicar a situação, vivemos numa sociedade em que reconhecer sentimentos negativos e assumir momentos desafiadores emocionalmente não é visto com bons olhos. Logo, vamos engolindo nossas emoções e anestesiando nossos sentidos. E esse não sentir pode ser o gatilho para um consumo desenfreado, inconsciente, além da tentativa de me sentir pertencente ao meio”, ressalta.

O resultado é uma vida desequilibrada financeiramente e emocionalmente. Como Karina explica, acabamos por perder toda nossa energia com a ansiedade que nos causa a falta do dinheiro ou ainda com o desconhecimento em relação a nossa realidade financeira. E sem energia não conseguimos ter uma relação com o trabalho, sociedade e familiares que extrapole a equação de troca tempo x dinheiro.

“Por tudo isso, dinheiro e emoções estão intimamente ligados. E nunca será sobre matemática complexa, mas sobre coragem de revisitar nossa história, se autoconhecer, se reconhecer em suas decisões, ou não, e escolher um caminho que reflita seus valores de vida. Mais autoconfiantes conseguimos estar mais presentes. E na presença conseguimos identificar que nem sempre é sobre ter mais, mas sim, sobre precisar de menos. E quanto menos precisamos mais nos sobra. Essa sobra inclusive nos traz uma sensação de completude e prosperidade”, completa.

 

   
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