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"Perdemos metade dos servidores", diz novo presidente do INSS

  • 09 de junho de 2023
O novo presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Glauco André Fonseca Wamburg, ainda interinamente na função, conversou com o Correio sobre a dificuldade da instituição em cumprir a meta prometida pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, em controlar a fila de espera pela concessão de benefícios.
 
Entre as razões para o quadro caótico, mostrado pelo Correio em uma série de reportagens, está a perda de mais da metade dos servidores do Instituto nos últimos 10 anos. A solução esperada é o ingresso, até o próximo mês, de mais de mil aprovados no concurso público realizado ainda no governo Bolsonaro.
 
Atualmente, cerca de 1,8 milhão de segurados aguardam pela análise de pedidos ao INSS. A maior parte relacionada à perícia médica federal, que contabiliza mais de 1 milhão de agendamentos. Desde 2019, o setor não faz mais parte do INSS, e a associação dos médicos peritos da previdência vem declarando guerra à maioria das iniciativas do atual ministro.
 
Mesmo sem a gestão dos médicos, o presidente do Instituto aposta que as medidas prometidas pelo Ministério de implementar convênios com o SUS e outros órgãos, além da implementação da teleperícia, serão suficientes para dar vazão às demandas represadas.
 
Apesar da situação, Glauco aponta que a fila ainda é gerenciável. O que se deve à digitalização e ao ganho de eficiência, frutos do investimento feito pelo INSS nos últimos anos.
 
O INSS sabe o tamanho exato da fila de espera por atendimento?
 
O Instituto trabalha com os benefícios que estão sobre a sua regência. Os benefícios de incapacidade, que dependem da realização de perícia médica, o número é apurado pela perícia médica federal, mas nós temos os números. A questão é que na hora de somar os nossos números com os números da perícia médica, essas informações não estavam batendo.
 
Dessa forma, o INSS vai conseguir reduzir a fila?
 
A gente teve um processo de digitalização dos nossos canais de acesso. Antigamente o canal era a agência, ela era a sede da fila. Desenvolvemos um sistema de atendimento remoto, o 135, e colocamos a fila num plano digital. Agora não se vai mais para a porta da agência. É agendado quando você será atendido. Com isso, a fila virou eletrônica. Antes tínhamos como controlar ou reprimir a demanda. Perdemos isso. Tantas pessoas quantas quiserem, conseguem requerer ao INSS, e isso não acompanhou a nossa capacidade de análise. Ao contrário, nos últimos 10 anos, perdemos mais da metade da nossa capacidade de servidores. Dobramos a quantidade de tarefas e reduzimos a nossa capacidade de análise. Outro fator que pesou na construção da fila foi o incremento nas demandas do INSS com a reforma da previdência e com a pandemia.
 
Como a pandemia impactou?
 
Ampliou o número de requerimentos de benefícios por incapacidade. Tivemos, também, uma grande quantidade de requerimentos formulados, pensões por morte, benefício de prestação continuada, enfim, as pessoas estavam impedidas de atuar economicamente e buscaram alternativas. Esse incremento da demanda na pandemia aconteceu em todas as políticas públicas de distribuição de renda. No governo passado, para gerir essa fila, fizeram o pagamento do bônus pelo extraturno, que expirou em 31 de dezembro. No novo governo, ainda não conseguimos as condições para a reativação disso, mas contamos com a expectativa de ingresso de mais mil concursados que virão para o INSS em pouquíssimo tempo. Acredito que tomem posse este mês.
 
O tempo de espera por atendimento aumentou, desde o início do ano. Seria incapacidade da nova gestão?
 
A fila é estoque. A gente recebe, em média, meio milhão de requerimentos por mês. Mas não concordo que essa seja a posição dos peritos. Essa é a posição do doutor Francisco (Francisco Cardoso, vice-presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social — ANMP), que representa a ANMP, não a integralidade dos peritos médicos federais. E essa afirmação não bate com os relatórios da transição que serviram de base para o desenvolvimento das políticas dos 100 primeiros dias.
 
Na prática, o bônus fazia com que houvesse +50% de produtividade, mas terminou em 31 de dezembro. Quando estamos falando de janeiro para cá, de um eventual crescimento das filas, é o efeito do fim de uma política que não era a solução do problema, mas continha a situação. O dado hoje é que temos menos da metade da capacidade de trabalho que tínhamos há 10 anos. Ao mesmo tempo, o dobro de requerimentos de uma década atrás. A demanda multiplicou e a capacidade de trabalho, número de servidores, reduziu. Não fecha a conta, mesmo desenvolvendo um trabalho de automação, de desenvolvimento tecnológico, que hoje é a grande solução que ainda mantém a fila administrável. A fila hoje é de 1,8 milhão, como realizamos 500 mil atendimentos por mês, não é tão absurda assim. Mas para conseguir manter os números administráveis, contamos com o processo de automação. Não fosse isso, essa fila já teria explodido.
 
Por quê?

Leia a entrevista completa no Correio Braziliense.

   
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