“Se cortar direitos, deixo o governo”, diz ministro da Previdência

“Se cortar direitos, deixo o governo”, diz ministro da Previdência

Um homem com barba e vestindo um terno, possivelmente o ministro da Previdência, fala animadamente em meio a uma reunião ao ar livre. O fundo está desfocado, sugerindo uma multidão discutindo políticas governamentais.
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Ministro da Previdência Social ameaça deixar o governo se direitos forem cortados

Matéria original/imagem: Poder 360

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou que deixará o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso a Previdência Social seja afetada por cortes propostos. Lupi declarou que sua saída será inevitável se houver “retirada de direitos adquiridos” ou redução no salário mínimo.

“Quem tem que doar algo nesse processo é quem tem muito, não quem não tem nada. Como vai pegar a Previdência? A média salarial das pessoas é R$ 1.860. Vou fazer o que com isso? Tirar direito adquirido? Não conte comigo. Vou baixar o salário? Não conte comigo. Vou deixar de ter ganho real no salário mínimo? Não conte comigo. Se isso acontecer, não tenho como ficar no governo”, afirmou Lupi ao O Globo.

Defesa dos Direitos e Alternativas

Apesar de seu posicionamento, o ministro acredita que o governo não promoverá cortes que prejudiquem os direitos previdenciários. Ele defendeu medidas como a cobrança dos grandes devedores e a taxação de grandes fortunas, em discussão com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Lupi ressaltou que “despesa obrigatória não pode ser cortada”, destacando que o governo mantém a inflação controlada, promove ganhos reais no salário mínimo e mantém políticas sociais robustas. Ele também citou esforços para corrigir irregularidades na concessão de benefícios, como o auxílio-doença, e enfatizou a necessidade de investir em tecnologia para aumentar a eficiência e reduzir fraudes.

“O grande desafio da Previdência é que mais da metade dos nossos pedidos são de auxílio-doença. O Brasil está doente assim? Temos que melhorar, por exemplo, a biometria. Precisamos botar tecnologia de ponta e ajudar quem tem direito, separar o joio do trigo”, completou.

Pressão por Cortes no Orçamento

O governo enfrenta pressão para anunciar um plano de corte de despesas, conforme sinalizado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A expectativa era de que o anúncio ocorresse no início de novembro, mas foi adiado.

Além de Lupi, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também ameaçou se demitir caso cortes afetem benefícios de sua área.


Carlos Lupi e o PDT

Carlos Lupi, que também é presidente nacional do PDT (Partido Democrático Trabalhista), descartou a possibilidade de uma federação com partidos como o PSDB e Solidariedade, alegando falta de afinidade ideológica.

Ele sinalizou negociações mais promissoras com partidos como Rede, Cidadania e PV (Partido Verde) e mencionou o retorno do diálogo com o PSB.

“O que eu sei é que o Cidadania está saindo da federação com o PSDB, a Rede vai deixar a do PSOL, e o PV provavelmente vai sair da federação com o PT. Os 3 me procuraram. Vou aprofundar a discussão dentro do PDT. Quero saber quais vão ser as consequências em Fortaleza (CE) para saber a possibilidade ou não com o PSB”, disse.

Sobre os rumores de saída do ex-presidenciável Ciro Gomes do PDT, Lupi declarou:

“O Ciro só sai do partido se quiser. E ele não quer.”

Lupi reconheceu que uma possível aliança com o PT no Ceará poderia gerar dificuldades para Ciro Gomes, mas sugeriu aguardar até o final do ano para avaliar o cenário.

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