Matéria original/imagens: Radio Peão Brasil
Brasília, 1º de outubro de 2025 – A Câmara dos Deputados aprova nesta quarta-feira (1º) a votação do Projeto de Lei 1087/25, que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil e desconto para quem ganha até R$ 7.350 mensais a partir de 2026. A proposta, considerada histórica por diversos parlamentares, foi o único item da pauta de votações do dia.
A proposta, encaminhada pelo governo federal, ainda terá que ser aprovada no Senado, antes da sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para entrar em vigor.
A redução do IR foi uma promessa de campanha de Lula em 2022. Enviado para a Câmara em março, o texto foi aprovado em uma comissão especial que analisou o texto.
Atualmente, são isentos do imposto quem ganha até R$ 3.036. O projeto determina que, em 2026, as pessoas que ganham até R$ 5 mil, terão um desconto mensal de até R$ 312,89, de modo que o imposto devido seja zero. Já quem ganha de R$ 5.000,01 até R$ 7.350,00, o desconto será de R$ 978,62.
Segundo o governo, com a aprovação da proposta, serão beneficiados com a isenção mais de 26,6 milhões de contribuintes, em 2026.
Dia histórico
Após a aprovação unânime, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), destacou que a aprovação é um dia histórico para o país e para o Parlamento.
“Aqui demonstramos que quando o tema é o bem-estar das famílias brasileiras, não há lados, nem divisões. É interesse do país acima de qualquer diferença”, disse. “A Câmara dos Deputados sabe ouvir, decidir e estar ao lado do Brasil”, acrescentou.
Segundo a Agência Câmara de Notícias, durante os discursos no Plenário, mais de 100 menções foram feitas ao projeto, demonstrando a centralidade do tema. A medida foi enviada pelo governo em março deste ano. O valor que deixará de ser arrecadado, R$ 25,8 bilhões anuais, será compensado pela taxação de contribuintes com renda acima de R$ 600 mil por ano — o que representa 0,13% da população, que hoje paga, em média, apenas 2,54% de IR.
A medida é um passo significativo no debate sobre justiça fiscal no Brasil, ampliando a renda disponível para milhões de trabalhadores e colocando os mais ricos no centro da compensação tributária. A votação, considerada um divisor de águas por diversos parlamentares, pode marcar o início de uma nova etapa na correção das desigualdades do sistema tributário brasileiro.
Centrais Sindicais e Movimentos Sociais na casa de Hugo Mota, presidente da Câmara dos Deputados
Antes da votação na Câmara dos Deputados, centrais sindicais e movimento sociais estiveram na casa do presidente da Câmara, Hugo Mota, discutindo e ponderando a importância para a distribuição de renda e melhorais das condições salariais dos trabalhadores se isso fosse aprovado.