A Pública Central do Servidor promoveu um debate na última quarta-feira (24), com o tema “Transparência do Orçamento e Relevância do Investimento Público para o Desenvolvimento Nacional”. Sob coordenação de Amauri Perusso, diretor regional da Pública Central do Servidor, presidente da FENASTC e vice-presidente da Conacate, a discussão foi transmitida em uma live no canal do YouTube da organização e teve como convidados Luiz Gonzaga Beluzzo, que é economista e José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor, Fespesp e Assetj.
A análise do tema foi feita em grande parte pelo economista Luiz Gonzaga Beluzzo, que relembrou momentos importantes da história da política brasileira, para então entrar na discussão da atual economia. “O investimento público no Brasil, na época do Governo Militar foi de 8% do PIB, atualmente é de 2%. É preciso regular o gasto de acordo com o movimento da economia”, afirmou o especialista.
Para Beluzzo, a política fiscal pode ser complementada pela política monetária com direcionamento de crédito, mas ainda é preciso aprofundar um pouco essa questão. “O que eu vejo no teto de gastos é que querem impor um rigor à economia que não é compatível com a forma como esta economia funciona. O que se quer é aprisionar o gasto pública em uma caixa”, constatou.
Para os próximos anos, o economista acredita que o Poder Público deveria trabalhar para substituir o teto de gastos por um teto de dívidas, com uma certa flexibilidade. Além disso, ele reforça que é preciso sim pensar em uma Reforma Tributária, mas isso deve ser feito depois de se pensar a questão do teto de gastos. “É preciso criar uma regra fiscal e monetária, porque o imposto só será cobrado quando a economia se movimenta e gera circuito de renda”.
Sobre as iniciativas imediatas que podem ajudar na recuperação econômica do país, Beluzzo destaca o combate à extrema pobreza e à desigualdade que, segundo ele, devem ser acompanhados em uma estratégia de médio a longo prazo e manejados pelo investimento público, além de setores como saúde e educação.
O economista finalizou o debate ressaltando que o Brasil, hoje, tem uma vantagem que é ser o protagonista da questão ambiental, o que acaba colocando o país como um bom candidato a ter financiamento externo, inclusive, do setor privado. “Por isso que eu acho que nós temos que abandonar essa visão pessimista do teto dos gastos e pensar nos projetos que vão trazer financiamento externo, que é importante para o Brasil, e também investimento público”, disse.
Confira a live na íntegra – https://bit.ly/3OwYJOI