TCE suspende contrato da Paraná Educação com empresa investigada em 2017

TCE suspende contrato da Paraná Educação com empresa investigada em 2017

tce suspende contrato da paraná educação com empresa investigada em 2017
Ouça essa matéria:

Matéria original/imagem: Jornal Plural

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) suspendeu um contrato da Paraná Educação com a empresa DigithoBrasil Soluções em Software Ltda., de Campo Grande (MS), para desenvolvimento de solução de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) utilizado na gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) pelo período de 36 meses. O valor da contratação é de R$ 22,7 milhões, segundo o site da Paraná Educação.

Com o nome fantasia Digix, a empresa foi alvo de uma investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público do Mato Grosso do Sul, em 2017. A investigação teve início em 2014, quando o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), do Ministério da Fazenda, detectou movimentações atípicas. Na época, o Gaeco informou que investiga a possível prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro

operação Antivirus cumpriu nove mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 29 de busca e apreensão. Um dos presos foi o ex-deputado estadual Ary Rigo, suspeito de atuar como lobista da empresa quando era presidente da Assembleia Legislativa do MS. Rigo morreu em setembro de 2021. Entre 2012 e 2017, a Digix teria recebido mais de R$ 300 milhões em contrato com o governo do Mato Grosso do Sul.

Falhas na composição do valor

Para o conselheiro do TCE-PR Maurício Requião, houve falhas graves na composição do valor limite da contratação pela Paraná Educação, que envolvem a elaboração do Estudo Técnico Preliminar (ETP) e Termo de Referência (TR). No TR consta uma pesquisa de valores, feita junto a empresas do setor, que indica uma estimativa de R$ 21,5 milhões para a prestação do serviço e fornecimento de software.

Maurício Requião destacou ainda que a Paraná Educação optou pela contratação de terceiros quando poderia contratar a Celepar (Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná) mediante a execução direta do serviço.

Na justificativa, os gestores do Paraná Educação informam que a Celepar não possui corpo técnico para tanto. “Sequer foi realizada uma pesquisa acerca da viabilidade e vantajosidade de se contratar temporariamente funcionários (via Celepar, Secretaria de Educação ou Paraná Educação) para executar diretamente a tarefa. Essa pesquisa seria essencial, tendo em vista o alto valor estimado do certame. Sem ela, não há como se concluir pela vantajosidade da alternativa escolhida (execução indireta)”, argumentou o conselheiro do TCE-PR.

Criada e 1997, a Paraná Educação é uma entidade de natureza privada que presta assistência técnica, administrativa e institucional para a gestão do sistema estadual de ensino. Ela é vinculada à Secretaria de Estado da Educação (Seed), mediante Contrato de Gestão. Foi por meio da Paraná Educação que o governo de Ratinho Júnior (PSD) deu início ao programa de terceirização de escolas estaduais, com a inclusão de dois estabelecimentos no projeto piloto do programa Parceiro da Escola, em 2022.

Compartilhar

Nóticias recentes

plugins premium WordPress