Servidor aposentado também é voz ativa: por que a mobilização precisa incluir todas as gerações

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Durante décadas, os servidores públicos do Tribunal de Contas do Estado do Paraná contribuíram com seu trabalho técnico e comprometido para a construção de um Estado mais transparente, eficiente e voltado ao interesse coletivo. Ao se aposentarem, muitos desses profissionais encerram o vínculo funcional, mas não perdem o pertencimento institucional nem a responsabilidade cívica que sempre os moveu. Por isso, no SINDICONTAS/PR, reafirmamos: servidor aposentado não é passado — é memória viva, força presente e voz ativa na defesa do futuro.

Não é de hoje que as conquistas históricas do funcionalismo vêm sendo colocadas em xeque. Aposentados e pensionistas, que deveriam viver com tranquilidade o tempo que lhes é de direito, têm sido alvo recorrente de propostas de ajuste fiscal que, na prática, significam perda de renda e desmonte da previdência pública. A reforma administrativa, o endurecimento de regras previdenciárias e os sucessivos ataques à Paranaprevidência são apenas alguns dos elementos que compõem esse cenário de constante instabilidade.

A cobrança de alíquotas extraordinárias, por exemplo, representa um verdadeiro confisco disfarçado, que penaliza justamente quem já contribuiu por décadas. Soma-se a isso o risco crescente de desvinculação entre os reajustes da ativa e os proventos dos aposentados, rompendo o princípio da paridade — uma conquista que simboliza mais do que uma garantia financeira: representa o reconhecimento de que os aposentados continuam fazendo parte da estrutura da carreira.

A tentativa de silenciar essa parcela da categoria, seja por meio da desinformação ou do desinteresse político, precisa ser enfrentada com firmeza. E é justamente nesse ponto que a mobilização intergeracional se mostra fundamental. O envolvimento dos aposentados não é apenas legítimo — é estratégico. Eles têm autoridade, repertório e uma capacidade única de reconhecer padrões e alertar para riscos que, muitas vezes, escapam aos olhos de quem ainda está começando sua trajetória no serviço público.

No SINDICONTAS/PR, valorizamos essa presença. Mais do que isso: buscamos fortalecê-la. Nossa atuação em conselhos, como o da Paranaprevidência, é marcada pela vigilância constante sobre medidas que possam comprometer a aposentadoria dos servidores. Denunciamos, com clareza e responsabilidade, todas as iniciativas que visem o enfraquecimento do regime próprio de previdência. Lutamos contra o discurso que naturaliza perdas e tentamos, por todos os meios, manter os direitos conquistados como referência — e não como privilégio a ser extinto.

Também temos nos dedicado a criar espaços de escuta e participação para os colegas aposentados. Sabemos que muitos deles não se sentem mais representados ou estimulados a acompanhar as decisões políticas e sindicais. Contra isso, precisamos agir com diálogo, respeito e reconhecimento. A mobilização só é plena quando inclui todas as gerações. E a luta sindical só cumpre sua função quando consegue manter unidos os que construíram, os que sustentam e os que ainda vão herdar o serviço público.

É tempo de reafirmar o valor de quem veio antes. E de lembrar que, em tempos de incerteza, a experiência é um dos nossos principais instrumentos de resistência.

Aos servidores aposentados, nossa palavra é clara: a luta continua. E ela precisa, cada vez mais, da sua voz.

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