O Papa Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, faleceu nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025, aos 88 anos, em sua residência na Casa Santa Marta, no Vaticano. A informação foi confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Santa Igreja Romana, conforme divulgado pela Vatican Media.
Primeiro pontífice latino-americano e jesuíta a ocupar o trono de São Pedro, Francisco foi eleito em 13 de março de 2013 e se destacou por um papado voltado ao diálogo, à inclusão e à justiça social. Segundo matéria do El País, sua liderança foi marcada por um “vendaval social e reformador na Igreja”, com foco na dignidade humana, no combate às desigualdades e na defesa do meio ambiente.
Ao longo dos 12 anos de pontificado, Francisco também foi uma voz ativa em defesa da democracia. Durante audiência ao Corpo Diplomático em 2023, expressou preocupação com o enfraquecimento institucional em países democráticos, citando diretamente o Brasil como exemplo, conforme noticiado pelo Vatican News. Em sua última aparição pública, no Domingo de Páscoa, dia 20 de abril de 2025, concedeu a bênção Urbi et Orbi já visivelmente debilitado, como relatado pela CNN Brasil.
Seu funeral será realizado nos próximos dias, com ritos simplificados, conforme sua vontade. Francisco optou por ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, conforme confirmação do porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, publicada pela France 24.
Para o presidente do SINDICONTAS/PR, Wanderlei Wormsbecker, a morte de Francisco representa uma perda não apenas para os católicos, mas para todos que acreditam em um mundo mais justo:
“Em um tempo de ameaças à democracia e ao pacto civilizatório, o Papa Francisco nos ensinou que é possível exercer liderança com humildade, coragem e compromisso com os mais vulneráveis. Sua atuação em defesa dos direitos humanos, da justiça social e da ética pública é um legado que inspira servidores, gestores e cidadãos.”
Uma sucessão em disputa: as tensões geopolíticas em torno do próximo conclave
Ao mesmo tempo em que o mundo se despede de Francisco, crescem os sinais de disputa ideológica em torno de sua sucessão. Segundo matéria da UOL, o governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, tem articulado, nos bastidores, uma estratégia para influenciar a escolha do próximo papa.
A nomeação de Brian Burch como embaixador dos EUA junto à Santa Sé foi interpretada como um gesto político calculado. Burch é presidente da CatholicVote, grupo católico ultraconservador que já acusou o papa de populismo e criticou suas posições mais progressistas, como a flexibilização da doutrina sobre casais homoafetivos e o combate à desigualdade.
Fontes diplomáticas ouvidas pela reportagem do UOL revelam que a Casa Branca considera o conclave uma prioridade estratégica. A nomeação de aliados religiosos de perfil tradicionalista para cargos-chave no governo americano e o corte de financiamentos a entidades ligadas ao Vaticano também fazem parte dessa ofensiva, cuja intenção é clara: influenciar a eleição de um pontífice alinhado à agenda conservadora dos EUA.
“Essa tentativa de manipular um processo sagrado por interesses políticos externos acende um sinal de alerta para todos que defendem a autonomia das instituições religiosas frente a pressões geopolíticas”, pondera o presidente Wanderlei Wormsbecker. “A democracia, a liberdade de crença e o respeito à diversidade são princípios que precisam ser defendidos com firmeza — inclusive dentro dos espaços religiosos.”
Francisco, ao longo de seu pontificado, não apenas promoveu uma Igreja mais próxima dos pobres, mas também enfrentou resistências internas e externas por sua postura crítica frente ao autoritarismo, à intolerância e ao individualismo econômico. Sua morte abre espaço para uma disputa que vai muito além do campo religioso — trata-se de um novo capítulo na batalha por valores civilizatórios.
O SINDICONTAS/PR presta sua homenagem ao Papa Francisco e reforça seu compromisso com os princípios de justiça, inclusão e diálogo, que sempre nortearam sua trajetória.