Menos calor, mais luz: por que o debate público precisa de servidores conscientes

Menos calor, mais luz: por que o debate público precisa de servidores conscientes

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Vivemos um momento em que a intensidade dos discursos muitas vezes supera a qualidade dos argumentos. O barulho tem substituído o conteúdo, e o calor dos embates, inflamado por paixões e interesses imediatos, vem ofuscando a luz do discernimento, da técnica e da razão.

Nas redes sociais, no Congresso Nacional e até mesmo em espaços institucionais, cresce o número de falas que inflamam, mas não explicam; que dividem, mas não constroem. O resultado é um ambiente de ruído permanente, em que o debate de ideias cede espaço à polarização, e a divergência legítima é confundida com inimigos a serem vencidos.

Essa realidade não é irrelevante para o serviço público — ao contrário, ela o atinge diretamente. A construção de políticas públicas sérias, de marcos regulatórios eficazes e de reformas institucionais justas exige diálogo qualificado, compromisso com a verdade e respeito à técnica. Quando a discussão política perde esses pilares, o risco recai sobre os direitos sociais, sobre a democracia e, especialmente, sobre os servidores públicos.

É nesse contexto que o papel do servidor técnico se torna ainda mais estratégico. Servidores de carreira, como os que atuam nos Tribunais de Contas, são formados justamente para oferecer luz em meio ao calor dos discursos inflamados. Sua atuação baseada em evidências, dados e legalidade é essencial para equilibrar decisões e proteger o interesse público.

Mais do que nunca, é preciso fortalecer a cultura do esclarecimento. Quando um político opta por atacar mais do que propor, quando um gestor prioriza a retórica vazia em vez da transparência, ele está contribuindo para um ambiente tóxico — esquentando o cenário político e apagando a racionalidade que deveria conduzir as escolhas públicas.

A responsabilidade coletiva, portanto, também inclui exigir mais luz. Isso significa cobrar clareza nas propostas, coerência nos posicionamentos e compromisso com a verdade. O servidor consciente e informado cumpre esse papel: não se deixa capturar por narrativas inflamadas, mas contribui para o debate com conhecimento, escuta e argumento.

O SINDICONTAS/PR reafirma seu compromisso com esse modelo de atuação. Nosso sindicato é e seguirá sendo um espaço de reflexão qualificada, de defesa técnica dos direitos dos servidores e de resistência contra iniciativas que ameacem a estrutura do serviço público sob o disfarce de discursos populares, mas desinformados.

Mais do que calor, precisamos de luz.

Mais do que paixão cega, precisamos de razão que ilumina caminhos.

O Brasil — e os servidores — merecem isso.

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