O Brasil apresentou a segunda pior taxa de desemprego entre as principais economias que compõe o G20, ficando apenas atrás da África do Sul. Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), 13,8% da população ativa terminou 2021 desempregada. A média global é de 6,4%. A estagnação econômica é considerada a principal causa desse problema enfrentado pelo país, que há cinco anos tem taxa de desemprego acima de 10%.
Essa estagnação pode ser observada pelos períodos recessivos da economia como foram 2015, 2016 e 2020, além dos anos 2017, 2018 e 2019 em que o crescimento do PIB foi inferior a 1,2%. Somada a essas questões temos a recuperação do mercado de trabalho, que foi freada pela inflação e a previsão de especialistas de que a economia brasileira terá um crescimento menor que 1% neste ano.
Segundo um texto publicado pelo jornal Estadão, a Reforma Trabalhista também foi outro ponto que contribuiu para a ampliação da taxa de desemprego no Brasil, uma vez que abriu espaço para contratação informal, reduzindo assim a massa salarial, pois, para as empresas é mais viável contratar alguém por um tempo necessário para que as demandas sejam produzidas. O efeito disso é que quanto menos pessoas trabalhando ou quanto mais precárias forem as formas de contratação, menor será a renda mensal bruta da população e, consequentemente, mais atingida será a economia.
Além desses fatores, tivemos a pandemia da Covid-19 que teve forte impacto no mercado de trabalho brasileiro. Uma análise divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no início de 2021 demonstrou que, apesar da melhora no segundo semestre de 2020, o mercado de trabalho brasileiro seguia deteriorado. De acordo com dados da PNAD Contínua, em janeiro de 2021 havia 86,1 milhões de trabalhadores ocupados no país, um percentual bem abaixo do observado antes da pandemia (94 milhões em janeiro de 2020). Mas, não podemos esquecer a Lei Complementar nº 173/2020 criada pelo Governo Federal, que também se mostrou como uma manobra que potencializou o desequilíbrio da economia e de outros setores, pois proibiu até 31/12/2021, que Estado e Municípios discutissem o reajuste de servidores públicos e outras questões econômicas envolvendo essa categoria.
Por fim, e observando a atual condição de empregabilidade do Brasil a partir dos diversos dados apresentados, o Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (SINDICONTAS/PR) reforça a importância das mobilizações e do tom de resistência, para que através do diálogo com o Poder Público consigamos encontrar caminhos para resolver o fenômeno do desemprego que atinge o país, com o intuito também de melhorar a economia e outras questões que envolvem as prerrogativas do funcionalismo público e da sociedade como um todo.
Links de pesquisa:
Reforma trabalhista completa 4 anos sem conseguir estimular empregos https://bit.ly/35kKquJ
Brasil tem a segunda pior taxa de desemprego do G20. Entenda as causas – https://bit.ly/3CbUnXp
Por que a recuperação tem sido a mais lenta de nossa história? – https://bit.ly/3pBiF86