Presidente da Auditar defende fortalecimento do controle externo em momento de crise política e financeira
“Nós, os funcionários dos Tribunais de Contas, somos conhecidos pela excelência, somos conhecidos por estarmos entre os melhores quadros do funcionalismo público. Por isso, temos que estar prontos para o debate”, afirma o presidente da União dos Auditores Federais (AUDITAR), Paulo Wanderson Moreira Martins. O auditor de controle externo defendeu, na palestra “O papel dos Auditores de Controle Externo frente aos novos desafios”, a importância do fortalecimento da identidade nacional dos auditores de controle externo em todo o País. “Precisamos ter unidade em nosso discurso e estarmos alinhados, e isso não vem do enfrentamento, vem da estratégia”, destaca Martins.
O servidor e presidente da Auditar ressaltou a importância de uma nomenclatura única e que seja condizente com as funções que os servidores dos Tribunais de Contas desempenham. “Nós somos Auditores de Controle Externo, sim. O nome do cargo vem da função que desempenhamos. Embora aqui no Paraná sejamos analistas, vocês desempenham o papel de auditores. É pela sua atribuição que você deve ser chamado”, afirma Martins.
O palestrante contou aos presentes que anteriormente os auditores do Tribunal de Contas da União também eram denominados analistas e como a Auditar optou pela mudança da nomenclatura para Auditores de Controle Externo quatro anos antes da mudança oficial acontecer. Sendo que, atualmente, cerca de 19 dos 34 Tribunais de Contas já alteraram a designação.
Necessidade do contraponto ao Governo Federal e ao Congresso Nacional
Segundo Martins, o Governo Federal promove publicidade nos meios de comunicação contra os servidores públicos, culpando-os pela grave recessão econômica que o País vive. Afinal, os maiores ajustes recaem sobre os servidores públicos e precisam ser justificados. “A gente precisa alertar a sociedade que quem presta o serviço público somos nós, quem entrega pra sociedade somos nós. Somos nós que combatemos a corrupção”, afirma.
O auditor de controle externo questionou o posicionamento adotado pela própria classe nos recentes momentos em que os servidores e o serviço público foram atacados por propostas de mudanças legislativas. “Como nós vamos ficar no meio dessa situação? Escutando essas reformas e ficando calados? Muitas vezes até mesmo nos desfiliando das nossas entidades? Vamos aceitar e tentar nos ajustar ao que está sendo proposto sem diálogo algum? Ou vamos nos organizar, nos mobilizar e ir pro combate?”, questiona.
O palestrante também defendeu uma maior presença dos auditores de controle externo no Congresso Nacional, pois há mais de 70 projetos legislativos que visam alterar a estrutura dos Tribunais de Contas. “Existem mudanças que precisam ser feitas? Certamente. A começar pela indicação política dos membros dos Tribunais de Contas. Contudo, não podemos deixar que aconteça uma redução do poder dos Tribunais de Contas e do seu poder de fiscalização”, enfatiza Martins.
O servidor defendeu que se construa uma gestão em que as funções de confiança sejam democráticas, permitindo a participação dos servidores. Segundo o presidente da Auditar, é importante que haja o fortalecimento de auditores de controle externo e também dos colegas que desempenham a função de suporte, para que haja um fortalecimento da categoria como um todo. “Essa é a estratégia: organização e mobilização conjunta, dentro das entidades, porque são elas que nos representam e que vão lá, quando é necessário, brigar pelos nossos direitos”, destaca.
Leia um resumo ainda mais completo na revista do Dia do Servidor: lançamento nas próximas semanas.