Primeiro dia de greve teria baixa adesão, segundo prefeitura. Funcionários do setor cobram dívida de R$ 1,5 milhão da prefeitura
Teve início nesta segunda-feira (2) a greve dos servidores municipais de saúde nas Unidades Básicas de Curitiba. Os manifestantes entraram em greve e prometem paralisar os trabalhos nas unidades do município, mas, segundo a prefeitura, a adesão seria baixa e todas as unidades estariam abertas e funcionando. Os servidores foram até a Câmara de Vereadores protestar. Eles reclamam de atraso no pagamento de horas extras, e reivindicam contratações e elevação do piso salarial.
Os manifestantes afirmam que a prefeitura não pagou a quantidade de horas extras combinada com a categoria.
Após o início do ano legislativo da Câmara de Vereadores, a vice-prefeita de Curitiba, a vice-prefeita Mírian Gonçalves (PT), que representou o prefeito Gustavo Fruet (PDT), recebeu os manifestantes junto com uma equipe de vereadores. Eles fizeram uma proposta aos grevistas de pagamento de R$ 600 mil em horas extras em seis parcelas a partir de abril desse ano. A proposta será levada para uma assembleia da categoria dos servidores de saúde.
O Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) informou que, até as 13h30, das 106 unidades de saúde, em 72 houve algum tipo de paralisação, em especial nas regionais do Boa Vista, Pinheirinho e Cajuru. Em algumas unidades houve paralisação de 100%, mas o sindicato não soube precisar quantas e quais pararam totalmente. segundo a coordenadora de comunicação do sindicato, Adriana Claudia Kalckmann, a previsão é que nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os pacientes de urgência e emergência sejam atendidos normalmente.
Segundo a Prefeitura de Curitiba, a adesão na manhã desta segunda-feira é baixa e somente 2,5% dos servidores pararam as atividades. Apesar da paralisação, as unidades estariam funcionando, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os trabalhadores são obrigados a manter 100% do atendimento de urgência e emergência nas UPAs e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em caso de greve. Além disso, as UBS devem atender 30% da demanda, o que corresponde a atender casos agudos e reagendar as consultas eletivas.
Assembleia
A paralisação foi definida em assembleia dos trabalhadores na última quinta-feira e mantida na sexta-feira, após proposta de negociação da prefeitura. A principal motivação seria os R$ 1,5 milhão que a prefeitura deve aos servidores da saúde, segundo o sindicato. Desse valor, R$ 660 mil seriam referentes a 31 mil horas extras não pagas aos servidores. Outros R$ 900 mil são referentes ao reajuste salarial concedido pela prefeitura conforme a inflação.
A SMS diz ter feito o pagamento das horas extras referentes a dezembro no salário de janeiro, depositado na sexta-feira. As demais seriam parceladas em, no máximo, seis vezes a partir deste mês. Já o reajuste salarial deve ser pago em março, retroativo a janeiro e corrigido pela inflação. Na avaliação do Executivo municipal, a greve é injustificada, porque as demandas teriam sido atendidas. Já o sindicato considera a proposta insuficiente, e insiste que o pagamento das horas seja depositado ainda em fevereiro.
No final de 2014, a Secretaria Municipal de Recursos Humanos comunicou aos servidores municipais que os benefícios salariais definidos para diversos cargos pela Lei 14.442/2014, a partir de 1.º de dezembro foram adiados por decreto municipal. O Sismuc considera o decreto ilegal, e a categoria aprovou greve para exigir o pagamento imediato das divisas.
30%
De todo o serviço de saúde deve funcionar a partir desta segunda-feira, segundo o Sismuc. Isto equivale à totalidade dos atendimentos de urgência e emergência, nas UPAs.
Fonte: Gazeta do Povo
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