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“Se cortar direitos, deixo o governo”, diz ministro da Previdência

  • 08 de novembro de 2024

Matéria original/imagem: Poder 360

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que deixará o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso a previdência social seja afetada pelos cortes estudados pelo presidente. Disse que a sua saída seria determinada no caso de “tirar direito adquirido” ou abaixar o salário mínimo.

“Quem tem que doar algo nesse processo é quem tem muito, não quem não tem nada. Como vai pegar a Previdência? A média salarial das pessoas é R$ 1.860. Vou fazer o que com isso? Tirar direito adquirido? Não conte comigo. Vou baixar o salário? Não conte comigo. Vou deixar de ter ganho real (no salário mínimo)? Não conte comigo. Se isso acontecer, não tenho como ficar no governo”, afirmou ao jornal O Globo.

O ministro acredita, contudo, que o governo não afetará esses direitos. Defendeu a cobrança “dos grandes devedores”, com a taxação de grandes fortunas. Afirmou que a proposta de taxação está sendo feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 

Afirmou que “despesa obrigatória não tem como ser cortada”. Declarou que o governo está com a inflação sob controle, com ganho real de salário e que as políticas sociais são fortes.

“O que podemos fazer, e estamos fazendo, é apertar as irregularidades. Estamos fazendo uma economia grande conferindo gente que não tem mais direito à licença por doença. Se um cara teve uma doença e se curou, como continua tendo licença? O grande desafio da Previdência é que mais da metade dos nossos pedidos são de auxílio-doença. O Brasil está doente assim? Temos que melhorar, por exemplo, a biometria. Precisamos botar tecnologia de ponta e ajudar quem tem direito, separar o joio do trigo”, disse.

Na 4ª feira (30.out), o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ameaçou se demitir caso haja cortes em benefícios da sua área. 

Há uma expectativa de que o governo anuncie um plano para cortar despesas ainda nesta semana, conforme disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a jornalistas. Havia expectativa de que isso se desse na 2ª feira (4.nov), o que não aconteceu.

PRESIDENTE DO PDT
Presidente nacional do PDT (Partido Democrático Trabalhista), Carlos Lupi também descartou a possibilidade de uma federação com o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) e com o Solidariedade por falta de afinidade ideológica.

Disse que há negociações mais promissoras com outros partidos, como Rede, Cidadania e PV (Partido Verde), e afirmou que sua legenda retomou o diálogo com o PSB.

“O que eu sei é que o Cidadania está saindo da federação com o PSDB, a Rede vai deixar a do PSOL, e o PV provavelmente vai sair da federação com o PT. Os 3 me procuraram. Vou aprofundar a discussão dentro do PDT. Quero saber quais vão ser as consequências em Fortaleza (CE) para saber a possibilidade ou não com o PSB”, declarou. 

Sobre os deputados que defendem a saída do ex-presidenciável Ciro Gomes do PDT, afirmou: “O Ciro só sai do partido se quiser. E ele não quer”.

Falou sobre a possibilidade de Ciro deixar a legenda caso uma aliança seja formada com o PT no Ceará. “Acho que isso vai criar uma grande dificuldade [para Ciro]. Vamos esperar até o final do ano para ver como vai avançar”, declarou.

 

   
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