Vivemos tempos difíceis.
A pandemia do novo Coronavírus impôs uma realidade muito dura ao nosso dia a dia: passamos a usar máscaras e álcool gel constantemente, precisamos fazer o chamado distanciamento social, alterando completamente nossa rotina e, mesmo assim, perdemos pessoas queridas para a doença.
E ainda ultrapassamos a marca de 500 mil mortes por Covid-19. Meio milhão de histórias interrompidas…
Esse cenário trágico, amplificado pela negligência proposital do governo de Jair Bolsonaro, ressaltou uma realidade que já existia, mas que, para muitos, parecia menos visível: a importância dos serviços públicos na sociedade e o seu papel decisivo para evitar uma tragédia ainda maior na pandemia no Brasil.
Vamos voltar um pouco no tempo.
Março de 2020. Foi quando a crise sanitária efetivamente se instalou no Brasil (cerca de 2 ou 3 meses depois do surgimento dos primeiros casos na Ásia). Naquela altura, pouco se sabia sobre o vírus. Entretanto, uma certeza rapidamente se consolidou: usar máscaras e evitar aglomerações eram medidas eficientes para salvar vidas.
Governadores de alguns estados e prefeitos começam a tomar decisões para manter o distanciamento social, ao passo que o Palácio do Planalto iniciava sua jornada negacionista e perversa.
O comércio fecha. A indústria para. O serviço despenca. Sem a propalada recuperação econômica prometida (e nunca entregue) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes (o “posto Ipiranga”), a crise econômica se agrava ainda mais.
Auxílio Emergencial
De forma muito rápida, milhões de brasileiros ficam ainda mais desamparados. Mesmo pressionados, Paulo Guedes e sua equipe econômica eram contra qualquer tipo de auxílio financeiro para pessoas sem condições de se sustentar na crise.
O governo é derrotado e o Congresso Nacional aprova o auxílio emergencial de R$ 600. É aí que os serviços públicos e as empresas estatais se mostram mais do que necessários.
Em apenas 12 dias, a Caixa Econômica Federal (CEF) operacionaliza o pagamento do auxílio para mais de 35 milhões de pessoas. Tudo de maneira digital, de forma rápida e sem aglomerações.
Em contrapartida, os bancos privados (que haviam recebido do governo R$ 1,2 trilhão em crédito) não moveram uma palha sequer. Demitiram mais de 10 mil funcionários, reduziram o crédito para a população, cortaram gastos e fecharam mais de 1300 agências. O resultado? Somados, os três maiores bancos privados do país lucraram, em 2020, inacreditáveis R$ 52 bilhões.
Vidas em primeiro lugar
Outro exemplo que reforça a importância e a necessidade dos serviços públicos é a vacinação no país.
A maior parte dos imunizantes aplicados nos brasileiros está sendo produzida por servidores que atuam em instituições públicas: a CoronaVac, no Instituto Butantan, e a AstraZeneca/Oxford, na FioCruz.
O Sistema Único de Saúde, o SUS, que o presidente Jair Bolsonaro tentou privatizar com uma canetada em outubro de 2020, tem salvado milhões de brasileiros que são hospitalizados nas unidades públicas. Sem o SUS, a maior parte da população não conseguiria ter acesso ao tratamento (e este é um dos motivos que levaram os Estados Unidos a ultrapassar as 600 mil mortes por Covid-19, mesmo sendo o país mais rico do mundo).
Servidores da segurança pública continuaram nas ruas, não só garantindo a proteção da população, mas também atuando para impedir aglomerações e o cumprimento das medidas estabelecidas pelas gestões municipais e estaduais.
Na educação, professoras e professores tiveram que se adaptar rapidamente à dura e extenuante rotina do ensino remoto, para que toda a comunidade educacional, em todos os níveis, pudesse ser mantida em segurança, assim como seus familiares.
Professores de universidades públicas desenvolveram mais de mil estudos sobre a Covid-19 e seus impactos, que ajudaram autoridades a tomar decisões para proteger as pessoas, além de desenvolverem novas vacinas (mesmo com financiamento reduzido) e testes aprimorados, mais eficazes, ágeis e baratos do que os comercializados por empresas privadas.
E a eles se somam inúmeros servidores de outras carreiras, cuja dedicação e compromisso com a sociedade estiveram, muitas vezes, à frente da própria segurança.
A estabilidade é fundamental
Repare: todo o corpo do serviço público trabalhou em prol dos brasileiros, mesmo enfrentando seguidas sabotagens por parte do governo de Jair Bolsonaro e de algumas administrações estaduais e municipais.
E isso só foi possível porque esses servidores estão protegidos pela estabilidade e podem cumprir com suas funções sem medo de serem demitidos por motivações políticas.
Durante a crise sanitária, ficou evidente que muitos governantes não estão comprometidos com a vida da população, mas sim com seus interesses financeiros, políticos e econômicos. Por isso, querem aprovar a Reforma Administrativa para acabar com a estabilidade dos servidores. Assim, mesmo que colocassem em risco a vida da população, pressionariam funcionários públicos a adotar medidas seguindo aqueles interesses particulares.
Vivemos a maior tragédia da história do nosso país. Mas apesar de todo esforço do Governo Federal e de políticos alinhados a ele para piorar a nossa situação, os serviços públicos conseguiram evitar que a catástrofe fosse ainda maior, porque a prioridade dos servidores continua sendo a vida da população brasileira.
Leia a matéria na íntegra: https://cutt.ly/2Qoxay3
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