A PEC32 vai muito além de prejudicar apenas os servidores públicos. Ela acarreta prejuízo em diversas esferas, como à economia local por exemplo, devido a contratos sem garantia de estabilidade, remunerações reduzidas e precarização do trabalho. Com base em dados do Dieese de 2019, pesquisas indicam que a administração pública tinha 50% ou mais de participação no total dos empregos formais. Com a Reforma Administrativa, segundo os estudos, afetará diretamente as economias locais e terá impacto na renda dos aposentados e pensionistas. 

A dificuldade de planejamento a longo prazo reflete diretamente na qualidade do serviço, que com a flexibilização da estabilidade gera a descontinuidade dos contratos e consequentemente o fluxo de informações sobre os setores do serviço público será prejudicado. Os servidores do TCE/PR, por exemplo, que estão em constante evolução e aprendizado através de cursos, capacitações, seminários para exercer suas funções com excelência e maestria, que dispende tempo e investimento, não só monetário, mas de tempo do servidor, é possível concluir que, sem estes criteriosos processos, a qualidade do serviço não será a mesma.

Além do desperdício de recursos ao contratar e encerrar contratos, sem falar na qualificação que precisará ser realizada a cada novo trabalhador que inicie a tarefa designada. A questão do apadrinhamento político também tende a aumentar a níveis catastróficos, ao tornar a seleção de pessoas impessoal e menos criteriosa.
 

A falta de transparência no uso privado de recursos e infraestrutura pública pode aumentar, pois uma vez permitida a participação de empresas com fins lucrativos, a situação muda de figura e abre margem para corrupção.

Medidas autoritárias podem confundir os cidadãos na reorganização do serviço público, pois a concentração de poder de decisão do Poder Executivo pode extrapolar os limites e culminar em autoritarismo, que infelizmente é a dura realidade do governo atual.

As consequências, digam-se elas em sua totalidade negativas, serão sentidas por todos os brasileiros. As conquistas democráticas, os direitos adquiridos, as lutas dos sindicatos e movimentos sociais construídos até hoje com árduo sacrifício, poderão ser aniquilados em uma única canetada. Sem sombra de dúvidas, os efeitos provocarão desigualdades sociais, precariedade nos serviços públicos e atingirá principalmente os que mais necessitam de apoio social e dependem de políticas públicas como acesso à saúde, educação e segurança.

O SindiContas/PR reitera a importância da luta conjunta contra a REFORMA ADMINISTRATIVA, assim como a conscientização de tudo que ela significa e os seus impactos, não só no funcionalismo público, mas na sociedade como um todo.