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Há chance de colapso no serviço funerário de Curitiba?

  • 01 de abril de 2021

Fabricantes de urnas alertam para desabastecimento nacional, mas funerárias do PR dizem que não vai faltar

Para atender as famílias, o setor está dando um “jeitinho”. O Serviço Funerário Municipal conta com 25 funerárias concessionárias, escolhidas em licitação. Os atendimentos são feitos por meio de sorteio aleatório em sistema eletrônico. E em momentos como o que estamos vivendo, os empresários se comunicam e se ajudam. “Estão emprestando urnas uns dos outros. Conforme chegam os pedidos, eles repõem”, diz o sindicalista. 

Por isso, ainda não houve falta – e a categoria pensa que não haverá. “Eu acredito que falar em falta de urna em Curitiba, hoje, é impossível. Isso porque a gente trabalha em conjunto. Da mesma forma como tivemos de nos adaptar, as fábricas terão, então é uma questão de tempo. Mas se a gente não se unisse, teríamos problemas”, fala Dayane Cristine Cooper, funcionária da Funerária Santa Paula Ltda.

No começo do mês, as funerárias receberam um comunicado da Associação dos Fabricantes de Urnas do Brasil (AFUB) sobre a questão. O texto sinaliza a possibilidade de haver “desabastecimento de urnas a nível nacional”, já que as matérias-primas vindas de commodities teriam virado “joias raras” no mercado.

Comunicado recebido pelos empresários. Crédito: AFUB

Por aqui, a escassez se traduz mesmo no preço. Em Curitiba, onde o serviço é tabelado, a diferença não pode ser repassada ao consumidor. Portanto, é absorvida pelos empresários, que no futuro terão de rever a questão junto à Prefeitura para evitar uma crise. “A gente vai descobrir os efeitos disso mais pra frente. No momento, o nosso foco está em atender as famílias, mas eventualmente vamos precisar entrar com um pedido via Sindicato, com todas as notas, para que o Serviço Municipal reavalie a tabela”, comenta Cooper. 

Até lá, os empresários pretendem continuar estocando. “A gente vê aumentos de preço diários. Sequer trabalhávamos com estoque, porque as fábricas supriam a nossa demanda, agora precisamos fazer pedidos maiores. Antes, pedíamos 30 urnas por mês, do modelo que sai mais. Tivemos que minimamente dobrar esse número.”

Há risco de colapso?

“O sistema funerário é muito bem organizado em Curitiba. Você viu a reportagem do Datena, em São Paulo? Já estão usando vans para fazer o trabalho, aqui isso não vai acontecer”, opina Sysocki. É fato que a demanda pelo serviço triplicou: se antes morriam 30 pessoas por dia, agora são 90. Mas ele afirma que a cidade tem capacidade de segurar as pontas.

Cooper também acredita que o sistema está “bem servido” para atender qualquer imprevisto. “Pode haver demora. Hoje, o Serviço Funerário já demora um pouco mais pra atender a família – coisa de uma ou duas horas, antes era imediato – mas é impossível falar em não ter urnas, locais de sepultamento, empresas de cremação que não deem conta da demanda… Estamos bem estruturados.”

Alguns modelos de urnas podem ficar restritos. Foto: Freepik

O Departamento de Serviços Especiais da Prefeitura de Curitiba concorda. “O Protocolo da cidade contra a Covid-19, Serviços Funerários e Congêneres, em vigência desde março de 2020, possui uma série de medidas pensadas para agilizar os atendimentos e garantir a segurança dos trabalhadores para que não haja risco de colapso. Apesar do aumento da quantidade de óbitos nas últimas semanas, há estrutura para o atendimento. Os números são acompanhados dia a dia, em conjunto com as medidas de saúde (bandeira vermelha e avanço da vacinação) que vêm apresentando resultados e quedas em novos casos e internações, o que, consequentemente, vai reduzir o número de óbitos.” 

Contratações 

As regras da cidade são claras: cada funerária precisa ter, no mínimo, 13 funcionários. Mas na maior crise sanitária da história do município, essas equipes tiveram de crescer. “No último mês a gente teve que aumentar o número de funcionários, porque não estávamos dando conta da demanda. Entraram mais duas pessoas no plantão, já tínhamos chamado outras duas, agora somos 17”, diz Cooper. 

O Serviço Funerário, por onde começa o atendimento, também se adequou. “A ideia é sempre minimizar ao máximo o tempo de espera e evitar a sobrecarga do setor, que trabalha em regime ininterrupto 24 horas por dia, 7 dias por semana. As equipes, que trabalham em escala, foram reforçadas com mais servidores para dar conta de um aumento superior a 50% nos atendimentos registrados nas últimas semanas”, afirma o Departamento de Serviços Especiais, sem citar números.

Além disso, as equipes estão vacinadas, o que diminui a chance de desfalques. “Durante toda a pandemia, de todos os funcionários, uns 5 ou 6 foram fazer teste, pegaram atestado e nenhum deu positivo. O problema é emocional, medo, susto”, conta Sysocki.

De fato, a equipe da Funerária Santa Paula não teve infectados, mas o emocional pesa. “Não tivemos nenhum caso confirmado de Covid. Isso, é claro, demanda muito comprometimento da equipe e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Mas eu tento não olhar muito pros números, porque é assustador. A gente costuma conversar com a equipe, valorizar esse serviço que eles estão prestando, porque é difícil. Hoje a gente atende alguém de uma família e no outro dia já faleceu o pai ou a mãe, às vezes são famílias inteiras devastadas. Isso mexe muito com o emocional de cada um porque a gente se coloca no lugar dessas pessoas.”

Na opinião dela, a pandemia quebra o ciclo natural do luto. “A Covid-19 não deixa acontecer o rito de passagem, o velório, a homenagem… Acho que as pessoas não conseguem assimilar o que está acontecendo. Em conversa informal com a equipe, esta semana, a gente pensou que talvez algumas pessoas não levem tão a sério o que está acontecendo por isso, mas nós vemos. Você ouve dizer que alguém morreu, mas não esteve naquele velório. Para a maioria das pessoas, a morte, mesmo tão perto, se tornou distante.”

A gente está se virando como pode, mas as indústrias pararam. Sem metalúrgica não tem alça nem chaveta pro caixão”, explica Rauli Ivo Sysocki, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços Funerários do Estado do Paraná (Sesfepar). Segundo ele, as fábricas de Curitiba têm capacidade de fabricar urnas, mas não estão conseguindo finalizar por falta de produto. “Fica lá uma pilha de urnas, mas porque está faltando um item, não podem faturar, carregar e entregar.”

Fonte: Jornal Plural

   
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