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Sustentabilidade e a Tchá, uma camisaria diferente

  • 25 de novembro de 2019
Recentemente, embora esteja às voltas para contornar desastres ambientais que atingiram o país, o governo federal avançou na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n.º 12.305/2019) e firmou o Acordo Setorial de Logística Reversa de Eletroeletrônicos com o setor empresarial. 
 
No final do mês de outubro, o próprio Tribunal de Contas do Paraná instalou lixeiras na área de Convivência para recolha de produtos eletrônicos, sujeitos à política de logística reversa, e de óleo de cozinha usado, para que se dê uma destinação uma destinação ambientalmente adequada aos resíduos. 
 
Nesse novo contexto de preocupação com um estilo de vida mais sustentável, em que os jovens consumidores buscam informações sobre os comportamentos empresariais  antes de adquirir os produtos - quem empregam, se não há relações de trabalho escravo envolvidas, que tipos de materiais utilizam, que impacto ambiental geram -, é possível adotar um guarda-roupas mais "verde", ambiental e socialmente responsável. 
 
Bruna Valente, filha da servidora aposentada Helena Valente, é uma estilista que busca desenvolver roupas observando práticas mais sustentáveis, tendo fundado a Tchá, uma camisaria de moda circular. Confira abaixo seu depoimento. 
 
"Minha mãe, Helena Maria Valente Santos, sempre se preocupou e, portanto, nos educou (minha irmã mais velha e eu) dentro das lógicas de reuso e de reciclagem. No uso de roupas dos mais velhos pois eu era a caçula, no mobiliário da nossa casa com uma gama grande de móveis familiares herdados ou comprados em  antiquários, no reuso da água do banho para a descarga, na separação dos lixos reciclável  e orgânico …. portanto a necessidade de reciclar, reusar e/ou ressignificar sempre esteve presente em nossas vidas lá em casa, desde que éramos pequenas. 
 
Um pouco antes de me formar em Moda no Senai PR, já percebia,  durante um estágio em uma Malharia de Tricot , que o único assunto  com o qual ninguém dentro dessa empresa se preocupava era com estas necessidades de reaproveitamento, reuso, reciclagem....  
 
Frequentemente o número de desenvolvimentos aprovados era ínfimo perto daqueles que de fato tinham sido estudados pela Malharia... Frequentemente havia muitas sobras de produção que iam para a loja da fábrica para serem desovadas, sem contar nos milhares de copos plásticos dos inúmeros cafezinhos diários que as pessoas, cegamente, consumiam e não se incomodavam com o correto descarte...Enfim, tudo errado! 
 
Mas eu, na minha imaturidade emocional e profissional, olhava para aquele estado de coisas  completamente despercebida, pensando que nada poderia ser feito e que o sistema funcionava assim e seria para sempre assim. 
 
Algum tempo passou e logo, comecei a sonhar profissionalmente e decidi fazer uma pós-graduação em São Paulo e, aquela mudança para esta cidade multicultural abriu minha cabeça, para não dizer que a explodiu juntamente  a toda minha noção de certo e errado, do que queria e do que não queria, do que eu era e do que não queria mais ser... Mudei! 
 
Eu diria: um grande  boom... um “boomzasso”, porém muito bom! 
 
Foi nesta época que surgiu esta idéia de fazer algo... talvez uma marca, ou um ateliê  focado em camisas com reuso de tecido (Eu sempre amei camisas. Minha mãe, de longe meu primeiro ícone fashion, sempre usou camisas). Sempre achei camisaria moderna, meio masculino meio feminino, práticas, enfim, queria lidar com camisas). 
 
Mas eu era muito júnior, muito ingênua, não estava ainda dominando a nova cidade (e que cidade, Deus!!!). Ainda tinha muita coisa para  aprender, isto é, sentia-me, embora na época não conseguisse ver nem admitir,  ainda muito crua para ter algo próprio como um negócio. Ah! Sem contar  que falar em upcycling ou roupa ecológica em 2008 era algo ainda muito embrionário, ou era coisa de "hippie" (nada contra quem é hippie). Ninguém queria ouvir falar ou se interessava pelo assunto, pelo menos no círculo de relações que eu estava construindo, chegando em São Paulo! Então, eu me apegava nesta questão e patinava muito nisso, pensando em como eu iria investir um dinheiro que eu ainda nem tinha em algo que ninguém queria!??! Neste processo todo entendi que tinha que aprender muito mais sobre o assunto e, acima de tudo, dar um tempo pra eu amadurecer, aprender São Paulo, conhecer mais pessoas, etc… e foi o que eu fiz. 
 
Acabei passando 13 anos trabalhando sob a  CLT na indústria (diga-se de passagem que foram grandes escolas: Santa Constância, C&A e Restoque).  Até que em 2018, eu peguei uma grana guardada dos bônus que a C&A dava em épocas de boas vendas e decidi, de fato, investir na Tcha e, em janeiro de 2019, montei um plano estratégico para a Tcha. Até abril de 2019 já tinha, pelo menos, a imagem visual da marca,  em junho consegui perceber como funcionavam as oficinas de produção, os preços médios e tinha já noção de quantas modelagens iria lançar e, em julho,  comecei a testar a venda das primeiras camisas Tcha: camisas feitas com reuso de tecido! 
 
Claro que tudo isso não fiz completamente sozinha, tive muita ajuda dos meus pais que sempre foram meu forte e minha base. Meu pai, Heitor Luiz Santos, acaba inclusive de fazer artesanalmente a primeira arara da Tcha! Já, nas questões de estratégia e de criação, pude contar com a ajuda das amigas maravilhosas Helena Pimenta e Paloma Villas Boas." 
   
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Comentários

29 de novembro de 2019 - 13:28

Helena Maria

Obrigada pela veiculação da marca da minha filha, muito bem inserida em um artigo sobre à sustentabilidade!

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