Segundo o ministro, após a aprovação da reforma da Previdência, o governo deve formatar a reforma administrativa e o pacto federativo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que vai “pedir um sacrifício” aos servidores públicos para que o governo siga executando o ajuste fiscal. Esse sacrifício pode significar o congelamento de salários por um ou dois anos caso o orçamento dos governos (União, Estados ou municípios) estejam muito comprometidos com despesas obrigatórias.
Segundo Guedes, após a aprovação da reforma da Previdência, o governo deve formatar a reforma administrativa e o pacto federativo. No primeiro caso, a ideia é corrigir a estrutura de cargos e salários. No segundo, criar um conselho federal que analisará o orçamento da União e dos entes federados.
“Esse sacrifício nós vamos pedir”, afirmou Guedes durante discurso no Fórum de Investimentos Brasil 2019, que ocorre hoje em São Paulo.
Segundo o ministro, o governo deve formatar um plano de carreiras para corrigir distorções que fazem os que entram no serviço público ganhem muito mais que no setor privado.
“O sujeito que entra ganha quase o mesmo que o que recebe mais. Depois de cinco, seis anos, já chegou no salário do chefe. Vamos ter que corrigir isso no plano de carreiras. E isso vai ser lançado agora”.
No âmbito do pacto federativo, o governo pretende criar o conselho federal da república. “Todo mundo que tem capacidade de atingir com suas decisões o orçamento público tem que estar sentado lá para examinar cada três meses o quadro geral da União e dos entes federativos”, disse. No caso de algum ente quebrar regras de responsabilidade fiscal esse conselho decidiria o que deveria ser feito para corrigir a rota dos gastos. “Trava os salários por um ou dois anos de quem está gastando 80%, 90% de tudo que recebe?”, diz. “Será que é hora, então, de disparar algum gatilho que trave esses salários por um ou dois anos até ele [o ente] explicar o que ele está fazendo e começar a trabalhar no que precisa? Nós estamos redesenhando isso numa reforma administrativa”, afirmou Guedes.
Para o ministro, a Constituição “carimbou” a maior parte do dinheiro do Orçamento, o que provocou um mau funcionamento “de tudo”. “Agora, todo mundo precisa sentar e desenhar os orçamentos públicos, decidir para onde vão os recursos. Precisamos conversar a respeito”.
Fonte: Valor Econômico
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