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Reforma da Previdência ameaça a economia de 88% dos municípios brasileiros

  • 15 de agosto de 2019
Benefícios pagos pelo INSS são maiores do que a arrecadação com impostos em 4.896 cidades do país, segundo dados divulgados por rede de movimentos sociais
 
Se a “reforma” da Previdência for aprovada conforme o projeto apresentado pelo governo Bolsonaro por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, quase 90% dos 5.500 municípios do país enfrentarão dificuldades econômicas. Isso porque o montante de benefícios pagos pelo INSS é maior do que a arrecadação nessas cidades, segundo dados da Associação Nacional dos Auditores da Receita Fiscal do Brasil (Anfip), divulgados hoje (30) em carta da Rede Jubileu Sul, que reúne movimentos sociais, organizações populares e religiosas, políticas, comunidades e campanhas na América Latina e Caribe, África, Ásia e o Pacífico.
 
“Dados levantados pela Anfip revelam que foram pagos pelo INSS mais de 34 milhões de benefícios vinculados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) em dezembro de 2017. O montante dos benefícios pagos foi superior ao valor da arrecadação em 87,9% dos municípios, o que corresponde a 4.896 municípios brasileiros. Nessas cidades, os recursos provenientes dos benefícios previdenciários superam também a receita do Fundo de Participação dos Municípios”, afirma a rede na carta, apresentada como documento final após três dias de debates sobre a “reforma” da Previdência, com a realização, em Brasília, do seminário Desmonte da Previdência Social no Brasil: a quem interessa?.
 
Confira a íntegra da carta:
 
Não à destruição da Previdência Social!
Nós, membros da Rede Jubileu Sul, lideranças de movimentos e pastorais sociais, organizações, coletivos e entidades de mais de 15 estados e cinco países da América Latina, reunidos durante o seminário “Desmonte da Previdência Social no Brasil: a quem interessa?”, de 27 a 29 de maio, em Brasília (DF), manifestamos nossa preocupação diante da devastação que acometerá a sociedade brasileira caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 06/2019, apresentada pelo governo federal, seja aprovada.
 
A DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO da matéria previdenciária prevista pela PEC expõe o desejo desse governo, despreparado, a serviço e manipulado pelo mercado financeiro, de fazer do Brasil um experimento neoliberal, que poderá devastar a vida de homens e mulheres, especialmente a vida dos mais pobres das periferias e do campo. As mulheres, em especial as mulheres negras, que estão na base da informalidade ou do mercado de trabalho, são as que mais sofrerão com essas mudanças, que exigirão maior tempo de contribuição sem considerar os cuidados domésticos e maternos que são imprescindíveis na sociedade. As trabalhadoras e os trabalhadores rurais, indígenas, extrativistas, pescadores, quilombolas e outras comunidades tradicionais serão, caso seja aprovado esse desmonte, explorados em sua dignidade e identidade cultural.
 
A aplicação do sistema de capitalização, além de liquidar o princípio de solidariedade, base da seguridade social brasileira, ampliará a exploração da trabalhadora e do trabalhador, que colocarão nas mãos dos bancos e instituições financeiras o pouco daquilo que conseguir poupar ao longo de sua vida laboral, se conseguir, tendo em vista o alto grau de informalidade presente no país. O trabalhador e a trabalhadora, terão, ainda, de conviver com os riscos inerentes ao sistema financeiro.
 
A experiência de capitalização no Chile desnuda resultados de empobrecimento e adoecimento emocional de sua população mais pobre e deve nos servir de alerta. Considerando os dados oficiais do Chile, metade daqueles que se aposentaram no atual sistema de capitalização individual não conseguiram financiar uma pensão superior a 20% de sua última renda.
 
Estamos convictas e convictos de que essa contrarreforma impactará, negativamente, a economia da grande maioria dos municípios brasileiros que são dinamizados pela aposentadoria e pelos Benefícios de Prestação Continuada (BPC). Alertamos também que tais consequências em nossos municípios serão lembradas em momento eleitoral e estaremos atentos e atentas ao seu apoio à nossa luta ou à sua conivência criminosa diante dessa proposta que deixará marcas irreparáveis na sociedade brasileira do presente e das futuras gerações.
 
Por isso, conclamamos que todas(os) as(os) parlamentares se posicionem votando NÃO à PEC 06/2019.
 
Brasília, 29 de maio de 2019.
 
ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
 
APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
 
Associação de Favelas de São José dos Campos
 
Campo Unitário
 
Cáritas Brasileira
 
Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular
 
Coletivo Popular Direito à Cidade
 
Comissão Pastoral da Terra
 
Conselho Nacional do Laicato do Brasil
 
Conselho Pastoral dos Pescadores
 
Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC
 
Coordenadoria Ecumênica de Serviço – CESE
 
Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social
 
Frente Social Ambiental Ampla
 
Fórum Sindical, Popular e da Juventude de Lutas por Direitos e Liberdades Democráticas
 
Grito dos Excluídos Continental
 
Grito dos Excluídos Nacional
 
Instituto PACS
 
Instituto PanAmericano do Ambiente e Sustentabilidade (IPAN)
 
MISEREOR
 
Movimento Camponês Popular – MCP
 
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
 
Movimento dos Conselhos Populares – MCP
 
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
 
Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo – MTC
 
Pastorais Sociais – CNBB
 
Pastoral Operária Nacional
 
Programa Direitos Sociais, Saúde e Seguridade Social
 
Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos/MG
 
Rede Jubileu Sul/Américas
 
Rede Jubileu Sul Brasil
 
Serviço Pastoral dos Migrantes
 
SINASEFE – CE, ES, MG, PA
 
Sindicato dos Metroviários do RS
 
Sindicato dos Trabalhadores da Seguridade Social no Estado de Alagoas
 
SITRAEMG
 
Via Campesina
 
Fonte: Rede Brasil Atual 

 

   
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