É importante não aceitarmos os ataques que estão sendo orquestrados contra os servidores públicos, atribuindo-os como os culpados pelo “déficit da Previdência”. Inexistente, mas acobertado pelo real problema brasileiro: a dívida pública. Resultado principalmente das renúncias fiscais, assim como do perdão pelas dívidas milionárias de empresas – como o concedido pelo ex-presidente Michel Temer, no valor de R$ 47,4 bilhões, a maior anistia do país em 10 anos.
Os verdadeiros vilões dessa história são aqueles que utilizam de forma indevida o dinheiro dos cofres públicos, são aqueles rostos diários estampados nos jornais sendo envolvidos em escândalos de corrupção, são os maus administradores dos recursos públicos. Ao contrário das campanhas injustas e covardes que estão desmoralizando o servidor público, a crise econômica e política do nosso país não é culpa do funcionalismo público concursado.
Nossa estabilidade foi gerada pela natureza do trabalho que estamos desenvolvendo, sempre seguindo os critérios da legalidade e dos princípios éticos que levamos nas nossas atividades profissionais, na nossa vida pessoal e também como cidadãos que pensam em um bem-estar social. Como aposentado, seguimos contribuindo com 11% sobre o total do que ganho e não apenas sobre um teto.
Vale destacar, que diferente do que vemos, nossa contribuição nunca se acaba, já que somos contribuintes previdenciários vitalícios. Dessa maneira, nossa aposentadoria é paga por nós mesmos, não exigindo nenhum “peso-extra” aos cofres públicos. Nós, taxados como os grandes vilões, nunca tivemos FGTS.
Nós não inventamos despesas, fazemos nossa declaração de renda todos os anos, bem contrário do que é visto entre empresários que burlam o sistema e recebem gordos incentivos e isenções fiscais. Além do mais, o nosso imposto de renda já vem retido na fonte, nós não sonegamos impostos! Para efeito de informação, o Benefício de Prestação Continuada e outros programas são Assistência Social, não Previdência. E mais, ambos são direitos, não pesos!
Não podemos aceitar que o nosso cargo seja ameaçado por termos atuado de forma contrária aos interesses dos grupos empresariais ou de partidos políticos, seguindo os nossos princípios de ética profissional e pessoal. Não podemos estar à mercê da esquerda ou da direita, simplesmente por estarem no poder hoje. A nossa previdência, os nossos benefícios, são conquistados diariamente atrás de um trabalho realizado durante anos.
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