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Entrevistas

Jair Bolsonaro e a relação com os servidores públicos já ativos

  • Entrevistado: Jair Bolsonaro
  • Data da entrevista: 05 de novembro de 2018
Entrevistado
O eleito Presidente da República, aparentemente, vai preservar o “contrato” firmado com a categoria 
 
O eleito presidente Jair Bolsonaro (PSL), concedeu uma entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na última segunda-feira (5). A conversa aconteceu na casa do futuro Presidente da República, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.  
 
Entre os temas debatidos com Bolsonaro, Datena o questionou sobre a Reforma da Previdência. Em suas declarações, é possível encontrar pistas de que respeitará o servidor público, realizando uma reforma gradual na aposentadoria.  
 
Aparentemente, em conflito com Paulo Guedes, o militar deve respeitar o "contrato" com os servidores da ativa. Dessa forma, não há como isso se efetivar sem criar regras que respeitem proporcionalmente o acervo de idade e tempo de contribuição dos servidores, numa transição gradual e proporcional. Confira os trechos da entrevista:  
 
1. O déficit estrutural do Brasil é um negócio impressionante, e dizem que você não consegue sobreviver a isso sem reforma. Reforma da Previdência, por exemplo. Se não, a conta pública não fecha. Como é que isso pode ser feito? Dá para fechar as contas sem ter uma Reforma da Previdência? Esse ano, o senhor pretende pensar em Reforma da Previdência? O que seria uma medida altamente impopular. Mas como é que você vai pagar as contas se, de repente, você não começar a cortar da própria carne? Tem jeito de esperar mais um tempo ou no seu primeiro ano de governo vai ter a Reforma da Previdência? Ela vai ser mais ‘suave’ ou o senhor pretende esperar para ver como é que fica? 
 
Todo mundo diz que nós devemos honrar os nossos contratos, não é isso? Nós temos um contrato com o aposentado, com quem está afim de se aposentar e com quem está trabalhando. Você vai mudar uma regra no meio do caminho, então você não pode simplesmente mudar, sem levar em conta que tem um ser humano que está ali e vai ter a sua vida completamente modificada. Então, isso tem que ser levado em conta. [...] Se você não entender que toda uma cadeia produtiva é onerada mais de uma vez, vai virar um inferno o Brasil. Nós não queremos salvar o Estado, quebrando o cidadão brasileiro. Então isso tudo está sendo muito bem organizado, conduzido basicamente pelo Paulo Guedes e nós sempre puxando a orelha de um ou outro assessor, para não ir além daquilo que lhe compete.  
 
2. Essa história que foi divulgada hoje do Paulo Guedes, da mudança da aposentadoria, como é que funcionaria isso? Porque hoje o indivíduo paga para o que já está aposentado, seria mais ou menos uma capitalização do sujeito? Ele teria uma conta particular? Eu não entendi bem isso, dá para explicar?  
 
É mais ou menos, ainda não está batido o martelo. Até porque eu tenho desconfiança, e eu sou aquela pessoa que sou obrigado a desconfiar por exatamente buscar uma maneira de apresentar o projeto. Eu tenho responsabilidade com quem me elegeu. Eu não briguei para chegar e agora mudou tudo, não é isso. [...] Então, temos que tomar cuidado. Quem é que vai fiar? Quem é que vai garantir que essa nova previsão dá certo? Quem é que vai pagar essa previdência lá na frente? Temos que decidir. Já que hoje em dia, mal ou bem, tem uma responsabilidade que é do Tesouro Nacional, da União. Eu acho que o que conquista a minha opinião, é ir fazendo acertos de forma gradual. Você atinge o mesmo objetivo, sem colocar em risco e sem levar pânico para a sociedade.  
 
3. No seu primeiro ano de governo, você assume que não vai ter nenhuma Reforma da Previdência? 
 
Se eu não conseguir aprovar alguma coisa nesse ano, vamos propor alguma reforma no ano que vem, sim, logo no começo. A primeira reforma proposta pelo Temer, era do Henrique Meirelles, que falava em 65 anos. Por exemplo, do policial militar. Não tem cabimento que um policial, com 65 anos de idade, esteja na ativa. Até fiz a brincadeira, o fuzil vai ser uma arma ou uma bengala? Você tem que ver certas especificidades, para você não cometer injustiças. No Piauí, eu estava lá quando chegou essa proposta, a expectativa de vida é de 79 anos de idade. Mas se você pegar a polícia militar no Rio de Janeiro, está abaixo dos 65 anos, com toda certeza. Então não é justo que você faça uma reforma, onde trate todo mundo com essa igualdade. Nós, das forças armadas, ao longo de 30 anos de serviço, segundo o Ministério da Defesa, trabalhamos 45. Porque não temos hora extra, fundo de garantia, não temos nada. Trabalhamos domingo o dia todo, na segunda-feira estamos no quartel. E ninguém está brigando por direitos trabalhistas, que existe no artigo 7º da Constituição. Agora, se no final da carreira querem nos pagar a mesma coisa do teto, que nos dê todos esses direitos. Imagine você dar o direito de greve militar das forças armadas e polícia militar? Para o Brasil, certo? E a gente não quer isso daí, queremos o justo reconhecimento por parte da sociedade.   
 
   
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